Ex-presidente dos EUA pode ser indiciado por supostamente subornar uma atriz pornô com quem teria tido um caso
Trabalhadores ergueram barricadas em torno de um tribunal em Manhattan nesta segunda-feira (20), conforme a cidade de Nova York se prepara para uma possível acusação formal contra Donald Trump por um suposto pagamento de silenciamento a uma estrela pornô durante a campanha presidencial em 2016.
As barreiras foram levantadas em preparação para o que pode ser o primeiro processo criminal contra um ex-presidente dos EUA, dois dias depois que Trump convocou seguidores nas redes sociais a protestar contra o que seria uma detenção iminente.
Espera-se que um grande júri indicie Trump nos próximos dias, informou o site Politico, devido ao dinheiro pago à estrela pornô Stormy Daniels. Trump, que está buscando a indicação republicana para disputar a Casa Branca novamente em 2024, previu que seria detido nesta terça-feira (21).
O bilionário de 76 anos voltou nesta segunda-feira a atacar, por meio da Truth Social, a atuação do promotor Alvin Bragg no caso, que chamou de “corrupta”. A advogada de Trump, Susan Necheles, denunciou no sábado (18) à AFP uma “perseguição política” contra o cliente.
O caso de Stormy é juridicamente complexo. A Justiça tenta esclarecer se Trump é culpado de falso depoimento (uma infração) ou de infringir a lei de financiamento eleitoral (uma ofensa criminal) ao pagar 130 mil dólares a Stephanie Clifford, verdadeiro nome da atriz pornô, semanas antes das eleições de 2016, segundo a acusação.
Trump teria realizado o pagamento a Stormy para que ela permanecesse em silêncio sobre o suposto relacionamento que teve com o magnata republicano.
Na semana passada, a investigação ganhou fôlego. Michael Cohen — ex-advogado e agora inimigo do republicano e responsável por entregar o dinheiro a Stormy — e a atriz prestaram depoimento perante um grande júri, cujo veredito pode levar a uma acusação.
Trump também foi chamado a falar a esse júri.
“Os promotores quase nunca convidam o alvo da investigação a depor ante o grande júri a menos que tenha a intenção de acusá-lo”, explicou à AFP o ex-promotor e professor de direito Bennett Gershman.
De acordo com Renato Mariotti, é provável que, no caso de um indiciamento, Trump, que vive em Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida, compareça voluntariamente ao tribunal de Manhattan.
O maior medo das autoridades é uma repetição do caos do ataque ao Capitólio, sede do Congresso em Washington, em 6 de janeiro de 2021, quando Trump incitou apoiadores a ignorar os resultados das urnas, que deram a vitória nas presidenciais do ano anterior ao democrata Joe Biden.
FONTE: R7.COM AFP E REUTERS
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