Policial

Nova fase da Lava Jato busca prova de crimes em diretoria da Petrobras

Segundo representantes de empresas estrangeiras, abastecimento de navios da estatal era garantido em troca de propinas a  funcionários da estatal

Em sua 76ª fase, a Operação Lava Jato voltou às ruas nesta quarta-feira (7). O objetivo desta vez é aprofundar as investigações sobre crimes cometidos na Diretoria de Abastecimento da Petrobras, especificamente na Gerência Executiva de Marketing e Comercialização.

A nova fase leva o nome de Operação Sem Limites III e cumpre três mandados de busca e apreensão na cidade do Rio de Janeiro.

As apurações foram iniciadas após a deflagração da 57ª fase da Lava Jato, que focou em crimes envolvendo a negociação de óleos combustíveis e derivados entre a estatal e companhias estrangeiras.

Após o cumprimento das medidas no final de 2018 e o oferecimento de acusações criminais, executivos ligados a empresas estrangeiras investigadas celebraram acordos de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.

Segundo seus depoimentos, funcionários da Petrobras responsáveis pelas negociações de compra e venda recebiam vantagens indevidas para favorecê-las nas negociações de fornecimento de combustíveis marítimos no varejo para abastecimento dos navios a serviço da estatal em portos estrangeiros.

Em um dos alvos de busca, agentes da PF e da Receita Federal encontraram dinheiro em espécie, como mostra um vídeo enviado à imprensa pela corporação.

Segundo as apurações, funcionários da Petrobras repartiam os valores de propina com outros agentes públicos da Gerência Executiva de Marketing e Comercialização já denunciados e investigados no âmbito da Operação Lava Jato.

De acordo com nota do MPF (Ministério Público Federal), entre as provas que fundamentam o pedido de busca e apreensão deferido pela Justiça Federal, destacam-se mensagens de SMS, e-mails, planilhas e uma série de invoices de uma das companhias envolvidas. O esquema teria funcionado de 2009 a2018.

O volume das operações comerciais é de difícil estimativa, diz o MPF, que calcula, no entanto, que só em propina, uma das empresas envolvidas desembolsou, considerando o câmbio atual do dólar, mais de R$ 45 milhões.

FONTE: R7.COM

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