Governo sírio afirma que presidente é ‘propriedade do povo’
DAMASCO — O governo sírio disse neste sábado que não vai admitir contestações à liderança do país, afirmando que o presidente Bashar al-Assad é uma “linha vermelha”. A declaração foi feita em uma comunicado que confirmou a participação do governo de Damasco nas negociações de paz promovidas pela ONU a partir de segunda-feira até o dia 24.
— Nós não vamos falar com qualquer um que se refira à posição de presidente. Bashar é uma linha vermelha, a propriedade do povo sírio — disse o chanceler Walid al-Moualem, durante uma entrevista coletiva em Damasco. — Aconselho a vocês que, se é isso que eles pensam, não compareçam às negociações. Esses delírios devem ser abandonados.
De acordo com os grupos de oposição a Assad, as negociações de paz na Suíça serão baseadas em três pontos: “um novo governo inclusivo, uma nova Constituição e novas eleições, que ocorrerão daqui a 18 meses a partir do início dos diálogos”. Segundo estas entidades, já “não há lugar” para Assad no poder do país.
Em visita à Arábia Saudita, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, incentivou as negociações de paz na Síria e afirmou que a violência na Síria foi reduzida em 80% a 90%.
— A queda do nível de violência é muito, muito significante, e queremos continuar com esta redução. Mas deixamos muito claro que o regime de Assad não deve explorar esta situação. Paciência tem limite.
As primeiras negociações de paz foram realizadas em 2014 e fracassaram, diante da recursa de Assad em deixar o poder. A guerra civil síria já dura cinco anos e, neste período, cerca de 270 mil pessoas foram mortas ou feridas.
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