Um naufrágio ocorrido no último fim de semana no mar Mediterrâneo teria deixado cerca de 400 mortos, segundo depoimentos colhidos pela ONG Save the Children com sobreviventes da tragédia.
A embarcação clandestina que levava imigrantes ilegais à Itália afundou aproximadamente 24 horas depois de zarpar da Líbia, na costa africana, e foi socorrido pela Marinha do país europeu. As pessoas que foram resgatadas desembarcaram nesta terça-feira (14) em Reggio Calabria ao lado de centenas de indivíduos tirados de outros barcos.
De acordo com a mesma ONG, entre os dias 11 e 13 de abril, mais de 5.100 imigrantes chegaram à Itália em 18 desembarques realizados na Sicília, na Calabria e na Púglia. Entre eles estavam 450 crianças, 317 delas desacompanhadas.
“Muitas viveram experiências atrozes de violência e perderam amigos, parentes e seus pais, incluindo nos últimos naufrágios. Segundo relatos, a situação na Líbia está cada vez mais fora de controle. É fundamental garantir um acolhimento adequado e o necessário suporte psicológico, principalmente aos mais vulneráveis”, declarou Valerio Neri, diretor-geral da Save the Children.
No início de março, a agência da União Europeia para controle de fronteiras (Frontex) já havia alertado que entre 500 mil e 1 milhão de pessoas estão prontas para deixar a Líbia rumo à Europa ao longo de 2015. Como a Itália está a menos de 300 km de distância por água da nação africana, acaba sendo a principal porta de entrada para imigrantes ilegais no continente.
Se o número de vítimas do naufrágio do fim de semana estimado pela ONG for confirmado, terá sido a pior tragédia do tipo no Mediterrâneo desde 3 de outubro de 2013, quando um barco clandestino afundou no Canal da Sicília e matou 366 pessoas, incluindo 41 crianças.
Fonte: Jornal do Brasil
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