Presidente do Conselho Europeu também irá para a Turquia discutir a crise migratória
ATENAS — Após uma reunião sobre a crise de refugiados em Atenas com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pediu nesta quinta-feira que os migrantes econômicos desistam de ir à Europa e pediu mais unidade entre os países do bloco para lidar com a situação. Mais tarde, Tusk viajará à Turquia, onde se encontrará com o premier turco, Ahmet Davutoglu.
— Quero lançar um apelo a todos os migrantes econômicos ilegais potenciais, de onde forem. Não venham à Europa. Não acreditem nos traficantes. Não coloquem em risco suas vidas e seu dinheiro. Tudo isso não servirá de nada — disse em uma entrevista coletiva, ressaltando que nem a Grécia, nem nenhum outro nação europeia pode continuar sendo países de trânsito.
Tusk aproveitou a ocasião para prometer que os regulamentos do acordo Schengen (que permite a livre circulação de pessoas) voltarão a ser aplicados e criticou as decisões unilaterais tomadas por alguns países do bloco europeu na tentativa de conter a crise migratória. Para ele, prejudicam a solidariedade entre os parceiros.
— As decisões unilaterais, sem coordenação prévia, embora sejam compreensíveis em um contexto nacional, prejudicam o espírito europeu de solidariedade — afirmou, fazendo um alerta: — A Grécia vai requerer que todos os países respeitem o Tratado Europeu e que haja sanções para aqueles que não o fizerem.
Nas últimas semanas, as nações dos Bálcãs limitaram a entrada de imigrantes a 580 por dia, uma medida encabeçada pela Áustria e seguida por Macedônia, Sérvia, Croácia e Eslovênia que criou um gargalo na Grécia. Com os guardas bloqueando a passagem do território grego para o macedônia, foram registrados confrontos entre imigrantes e policiais nos últimos dias.
Por sua parte, Tsipras disse que a Grécia continuará fazendo o que for possível para garantir que imigrantes ou refugiados não fiquem sem assistência, mas ressaltou que o país não pode suportar o peso da crise sozinho.
— Nós não vamos permitir que a Grécia ou qualquer outro país se transforme em um armazém de almas — disse o premier grego.
IMIGRANTES NÃO PARAM DE CHEGAR
Desde o início de janeiro, mais de 131 mil imigrantes desembarcaram no continente europeu pelo mar Mediterrâneo — número que supera a quantidade de pessoas entraram na Europa nos primeiros cinco meses do ano passado, segundo a ONU. Dentre os refugiados, houve mais de 410 mortes durante as perigosas travessias marítimas clandestinas que chegam, sobretudo, à costa grega.
Para lidar com a crise, a UE propôs na quarta-feira um novo programa de ajuda no valor de de 700 milhões de euros, similar ao tipo de alívio para desastres oferecido para países em desenvolvimento. Se aprovado, o projeto irá destinar neste ano 300 milhões de euros do orçamento anual, principalmente para a Grécia, e prevê usar 200 milhões de euros nos próximos dois anos.
Fonte: oglobo
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