Novo governo promete anistia e fim da repressão, mas enfrenta desconfiança internacional
Três dias após a queda do regime de Bashar al-Assad, os rebeldes que tomaram o poder na Síria anunciaram Mohammad al-Bashir como primeiro-ministro interino. Al-Bashir, que assumirá a função até março do próximo ano, será responsável por liderar a transição política no país.
Em seu primeiro discurso, o novo líder prometeu derrubar a controversa lei antiterrorismo, usada durante o regime de Assad para prender e perseguir opositores. Além disso, anunciou recompensas por informações sobre torturadores do antigo governo. Apesar dessas promessas, o grupo rebelde enfrenta acusações de violações de direitos humanos e é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela Organização das Nações Unidas.
Talal al-Tinawi, um engenheiro sírio que se refugiou no Brasil em 2013 após ser preso injustamente, relatou as atrocidades que presenciou na prisão. “Vi uma criança de nove anos que estava presa havia cinco anos. Ela apanhava todos os dias e vivia comendo apenas uma azeitona por dia”, disse. Atualmente, Talal vive em São Paulo, onde é dono de um restaurante, mas agora planeja retornar à Síria. “Ainda tenho minha casa, meu trabalho, minha vida lá”, afirmou.
Entre as preocupações com o novo governo, está a possibilidade de implementação da Sharia, a lei islâmica, como base da administração, o que gera apreensão entre minorias religiosas, especialmente a cristã, que vive sob incerteza.
O secretário de Estado americano declarou que os Estados Unidos apoiam a transição de poder na Síria, mas enfatizou que o novo governo será julgado por suas ações e não por palavras. A comunidade internacional acompanha de perto os próximos passos, com expectativas e receios em relação ao futuro da Síria.
FONTE: SBT NEWS
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