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Governo francês respalda três prefeituras que proibiram burkinis

Ministra de política para mulheres afirma que traje de banho islâmico é um símbolo hostil à emancipação feminina

PARIS — O governo francês defendeu a proibição do uso de burkini (traje de banho islâmico) em alguns municípios do país, mas pediu aos prefeitos para tentar arrefecer as tensões entre as comunidades.

Três cidades do Mediterrâneo — Cannes, Villeneuve-Loubet e Sisco, na ilha de Córsega — proibiram a vestimenta, e Le Touquet, na costa atlântica, está planejando fazer o mesmo.

Os prefeitos defendem que o vestuário, que deixa apenas rosto, mãos e pés expostos, desafia as leis francesas sobre o secularismo.

A ministra dos direitos das mulheres, Laurence Rossignol, apoiou as proibições municipais do burkini, mas disse que não devem ser vistas no contexto do terrorismo.

— O burkini não é uma nova linha de moda praia, é a versão da burca para a praia e tem a mesma lógica: esconder os corpos das mulheres, a fim de melhor controlá-los — disse Laurence ao diário francês “Le Parisien”, em uma entrevista.

Em 2010, a França introduziu a proibição do uso em público do niqab (que cobre todo o corpo e deixa de fora apenas os olhos) e da burca (roupa que cobre a mulher da cabeça aos pés).

Laurence disse que o burkini tinha elevado as tensões nas praias francesas devido à sua dimensão política.

— É o símbolo de um projeto político que é hostil à diversidade e à emancipação das mulheres — afirmou.

No sábado, uma briga entre famílias muçulmanas e um grupo de jovens em Sisco, após um turista tirar fotos de mulheres se banhando com burkini, levou o prefeito da cidade a proibir a vestimenta.

Antes, os prefeitos de Cannes e Villeneuve-Loubet já haviam feito o mesmo, provocando uma polêmica entre os defensores da liberdade de expressão e os partidários do respeito do laicismo no espaço público.

O debate é particularmente sensível na França, e as tensões se elevaram entre as comunidades locais e muçulmanos, especialmente após o massacre de 85 pessoas por um motorista de um caminhão em Nice, em 14 de Julho, que jurou lealdade ao Estado Islâmico (EI).

 

 

 

Fonte: oglobo

 

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Gomes Oliveira

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