Associações que representam a categoria em São Paulo e no Rio esperam que a metade dos motoristas não saiam para trabalhar
Motoristas de aplicativos brasileiros aderiram à greve mundial e prometem cruzam os braços até as 23h59 desta quarta-feira (8), em várias cidades do país.
A paralisação por melhores condições de trabalho é motivada pela abertura de capital da Uber, que terá suas ações negociadas na Bolsa de Nova York a partir de sexta-feira (10).
A expectativa é de que as ações da Uber sejam avaliadas entre R$ 174 (US$ 44) e R$ 198 (US$ 50), levando o valor da empresa para próximo de R$ 356,4 bilhões (US$ 90 bilhões).
“A Uber cresceu, se tornou uma empresa bilionária, está entrando na bolsa, mas o motorista, que é a máquina que move esse sistema está esquecido”, diz presidente da Amasp (Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo), Eduardo Lima, que conta com a adesão de 50% dos motoristas de aplicativos do Estado na greve.
Segundo Lima, motoristas do Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Espírito Santo e Ceará também foram convocados pelas associações locais para participarem da paralisação desta quarta-feira.
Em São Paulo, a Amasp reivindica aumento da tarifa para R$ 10. “Eles alegam que se aumentar a tarifa, cai a demanda. Mas faz três anos que não temos aumento. O passageiro já deixa até gorjeta”, afirma Lima. A transparência nos casos de exclusão de motoristas dos aplicativos é outra reivindicação da categoria.
No Rio, o presidente da Ampa-RJ (Associação de Motoristas Particulares Autônomos do Rio de Janeiro), Denis Moura, diz que os motoristas foram convocados a desligar os aplicativos pelo período de 24 horas. Ele, no entanto, garante que será respeitado o direito dos motoristas que optarem por trabalhar.
“Colocamos não como uma imposição. Acreditamos que 50% vá aderir”, diz Moura, que também pede aumento da tarifa. “Com a quantidade gigantesca de desempregados, a Uber tem mão-de-obra muito farta; […] Mais do que transportar, economizamos o tempo das pessoas, mas não temos respeito das empresas de aplicativo”, avalia o presidente da Ampa-RJ.
Para Lima, da Amasp, não é possível definir o impacto da greve. Ele atenta para a possibilidade de os aplicativos terem tarifas mais cara nesta quarta e isso acabe “desviando a atenção” dos motoristas sobre a paralisação.
De acordo com Moura, a comunicação entre as associações e motoristas é feita por grupos de WhatsApp, YouTube e páginas no Facebook. “Tem motorista que não acompanha Facebook ou que trabalham [no aplicativo] esporadicamente”, observa ele.
FONTE: R7, com Estadão Conteúdo
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