Segundo a delegada, pode haver mais de uma motivação para a morte do pastor Anderson do Carmo. Ele foi morto a tiros na madrugada do último domingo (16).
A delegada Barbara Lomba – titular da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo – detalhou, na manhã desta sexta-feira (21), a investigação sobre o assassinato do pastor Anderson do Carmo. O marido da deputada Flordelis (PSD) foi morto a tiros na madrugada do último domingo (16).
De acordo com a delegada, ainda não foi esclarecido como aconteceu a execução e o que motivou o crime. “Não está esclarecida se a execução aconteceu daquela forma que foi narrada, se são só essas pessoas envolvidas, então, muita coisa ainda está indefinida. São muitas motivações possíveis, pode ser mais de uma. E não está comprovada a relação extraconjugal”, explicou Lomba, ressaltando que, apesar de um dos filhos ter admitido ter efetuado disparos, apenas a confissão não é suficiente para definir a causa do crime.
Dois filhos da parlamentar – Lucas dos Santos, de 18 anos, e Flávio dos Santos, 38 – estão presos por suspeita de envolvimento na morte do pastor. De acordo com o laudo da necropsia, o corpo de Anderson tinha 30 perfurações.
De acordo com Lomba, é praticamente certo que a arma encontrada na casa da deputada foi a utilizada no crime. “Temos participação segura, pelo menos em alguma medida dos dois presos – o Lucas na compra da arma e o Flávio a execução do crime. Precisamos concluir o laudo pericial, mas a indicação de que a pistola que encontramos na casa para se cometer o crime é praticamente certa”.
Na quinta-feira (20), a Polícia Civil informou que um terceiro filho disse em depoimento que suspeitava do envolvimento da deputada Flordelis e de outras 3 filhas no crime. Segundo o jovem, uma delas ofereceu R$ 10 mil ao irmão Lucas dos Santos para matar o pastor.
Após ser procurada, a Flordelis afirmou, por meio da assessoria, que não irá se pronunciar sobre o assunto. O rapaz, que não teve a identidade revelada, disse que a mãe e três irmãs colocavam remédio na comida do pai e que isso seria a causa de seus problemas de saúde. Ele contou também que Anderson mostrou uma ameaça de morte que tinha recebido em fevereiro. A deputada e o pastor têm 55 filhos, entre biológicos e adotivos.
De acordo com Bárbara Lomba, localizar o aparelho celular da vítima é fundamental para as investigações. “O celular da vítima não foi encontrado até o momento – sabemos que podem haver informações importantíssimas nesse aparelho, até para a solução do crime”, destacou.
A delegada não descartou a possibilidade de intimar a deputada federal Flordelis para prestar depoimento, ainda que não tenha citado de forma direta o nome da parlamentar.
“Queremos esgotar todos os depoimentos das pessoas que estavam no local do crime. Inclusive, algumas que já prestaram depoimento poderão ser ouvidas outra vez”.
Os laudos que vão apurar se os cachorros da casa foram dopados e quais eram os documentos queimados encontrados atrás da casa ainda não foram concluídos. A polícia também pericia objetos encontrados no interior da casa.
Filha de deputada teria oferecido R$ 10 mil por assassinato
O jovem afirmou ainda que o irmão Lucas recebeu proposta de R$ 10 mil de uma das irmãs para matar Anderson. Lucas não estava na casa no momento do crime, mas teria comprado a arma usada no assassinato.
No depoimento, o filho disse que não houve barulho, confusão e nem moto em fuga no momento da morte. Ele afirmou que viu o irmão Flávio, que confessou ter dado seis tiros no pai, ao lado do corpo ensanguentado, recolhendo uma mochila de couro e o telefone celular do pastor. O aparelho foi entregue para a mãe Flordelis, segundo o depoimento.
Os policiais ainda não encontraram os celulares de Flordelis, do pastor e de Flavio. Também não acharam a mochila.
Segundo o filho, Flordelis teria afirmado que “a hora do pai estava chegando”. Ele descreveu o comportamento desesperado dos parentes no velório como “teatro”.
Nesta quinta-feira (20), a Justiça do Rio de Janeiro aceitou o pedido da Polícia Civil e determinou a prisão temporária de Lucas e Flávio. O pedido foi feito ao Judiciário após os investigadores realizarem uma acareação entre Flávio e Lucas.
FONTE: G1.COM
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