Os moradores do bairro da Balsa, que possuíam casas onde deve ser edificada a cabeceira da ponte da BR-319, começaram a receber as chaves de suas novas residências no conjunto habitacional edificado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A entrega foi iniciada na última segunda-feira. O secretário municipal de regularização Fundiária e Habitação (Semur), Christian Camurça, junto a técnicos do município e da Caixa Econômica Federal, visitou o local para acompanhar a entrega e para vistoriar uma área próxima ao local, onde serão construídos outros três conjuntos habitacionais.
O primeiro morador a receber sua chave foi Orlando Delfino da Silva, que expressou grande satisfação. De acordo com Elson Dias, engenheiro civil da EMSA, empresa responsável pelas obras, os novos moradores estão mesmo contentes com a qualidade dos imóveis cujos lotes medem 300m², sendo 68,3m² de área construída, subdividida em três quartos, sala, cozinha, banheiro social e garagem. A parte de drenagens, esgotos e água tratada do conjunto já está toda pronta, sendo o sistema de captação de água independente da cidade, por meio de dois poços artesianos para atender as residências e de um poço para atender exclusivamente à escola local. Quanto ao esgoto, há uma rede montada com duas estações compactas de tratamento que atendem a todo o complexo. Também já está pronto um centro comercial, onde os empresários da antiga área remontarão seus negócios. Resta ser feito apenas a escola, a igreja e o centro comunitário, que são edificações constantes do projeto. Mas, conforme afirmou o engenheiro, até ao final do mês de julho tudo estará entregue à comunidade.
Segundo Dias, os serviços de construção da cabeceira da ponte foram paralisados devido ao processo de transposição das 168 famílias que residiam próximas das obras e por causa da cheia do Madeira, mas em breve elas serão retomadas. “Hoje, para que possamos retornar aos serviços da ponte, precisamos entregar as primeiras setenta casas e esperar que o rio baixe até uma cota em que os trabalhos sejam exequíveis. Os acessos estão agora em baixo d’água. Esperamos que nos próximos trinta ou quarenta dias o rio já tenha baixado a ponto de podermos voltar aos trabalhos”, esclareceu.
Camurça também informou que a primeira etapa de entrega das chaves beneficia setenta famílias que estavam desalojadas pela cheia do rio. “A responsabilidade da retirada das famílias daquela área é do Dnit, mas o município colaborou no processo fazendo a doação do terreno. A primeira etapa de entrega contempla setenta famílias, a segunda beneficiará outras vinte e cinco e a terceira, que acontecerá até o final de junho, contemplará o restante das 168 famílias. Com essa entrega também se resolve a situação de centenas de pessoas que estavam alojadas em abrigos. Nossa presença aqui, inclusive, representa também uma forma de acompanhamento do Município no atendimento a esses desalojados pela cheia”, enfatizou Camurça. (AI)
Mais três empreendimentos serão lançados com 250 novas residências
O secretário da Semur, junto à engenheira Ana Carla, da Secretaria de Projetos e Obras Especiais (Sempre), e de outros técnicos do Município e da Caixa Econômica Federal, visitou também uma área vizinha ao conjunto do Dnit, onde está programada a construção dos complexos habitacionais Tomé de Souza, Parques Lineares e Pró-Moradia Norte. O projeto enviado ao Ministério das Cidades prevê a edificação de 250 moradias no primeiro, de 199 no segundo e de 32 no terceiro, somando-se, assim, um quantitativo de 481 unidades. Conforme observou a engenheira da Sempre, a portaria encaminhada pelo Ministério das Cidades, em janeiro deste ano, fixava o prazo de cento e vinte dias para a contratação do programa Minha Casa Minha Vida, no entanto, devido à enchente do rio, muitas dificuldades surgiram para que as empresas construtoras conseguissem fazer todo o levantamento da área e do projeto a ser implantado. Desta forma, o município está enviando ao Ministério o pedido de prorrogação de prazo.
Além da prorrogação, o Município está encaminhando também uma solicitação de ampliação de metas, a fim de que se possa construir no local mais 319 unidades, o que totalizaria a quantidade de 800 unidades a serem edificadas. “A ampliação visa evitar que a área seja invadida, pois quando se faz a ocupação parcial do terreno há a possibilidade de que haja invasões”, explicou Camurça.
A engenheira Ana Carla também informou que as solicitações estão sendo enviadas com celeridade não apenas por causa do prazo fixado para a contratação do programa federal, mas também porque o assunto interfere em outro projeto importante, a ser efetivado no lado direito do rio Madeira. “Sem a contratação do programa Minha Casa Minha Vida não temos como iniciar as intervenções que estão previstas nos canais da cidade. Isso porque as famílias precisam migrar para este lado esquerdo do rio, a fim de que as obras sejam iniciadas do outro lado. Para trazer segurança às famílias, de que elas serão de fato contempladas com as casas, é preciso que o contrato com o Minha Casa Minha Vida já esteja assegurado”, afirmou Carla.
O secretário explicou que os técnicos da Caixa Econômica Federal podem atestar a viabilidade ou não do empreendimento e as reais condições de acesso do terreno, pois a Caixa deverá ser consultada pelo Ministério das Cidades. “É importante tudo o que estamos fazendo aqui, porque precisamos dos avais necessários para as solicitações de prorrogação de prazo e de aumento de metas. A documentação a ser encaminhada está sendo preparada para que o prefeito leve à Brasília e discuta o caso diretamente com o ministro Gilberto Occhi. Estamos confiantes de que podemos conseguir tudo isso em pouco prazo, pois a Prefeitura vai se empenhar bastante e as necessidades são plenamente justificáveis”, finalizou o secretário.
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