A história medalha presidencial da Bolívia, uma joia de ouro e diamantes que data da fundação da República boliviana em 1825, foi temporariamente furtada quando o oficial encarregado de sua segurança estava num bordel, relatou a polícia nesta quarta-feira.
A joia foi recuperada sem danos mais tarde, bem com a faixa presidencial, que havia sido roubada junto com ela. Os dois objetos foram abandonados pelos ladrões no átrio de uma igreja no Centro de La Paz, segundo informou o coronel Jhonny Aguilera, chefe da Força Especial de Luta contra o Crime (FELCC).
O tenente Roberto Juan de Dios Ortiz Blanco, o oficial encarregado em questão, devia levar a medalha e a faixa presidencial para Cochabamba, mas seu voo, marcado para a noite de terça, sofreu um atraso, e ele então decidiu passar o tempo de espera indo a vários bordéis.
— Fui a vários prostíbulos, em diferentes lugares, e logo voltei para onde estava estacionado meu carro. Quando cheguei, vi que minha mochila tinha sido furtada. A medalha a a faixa estavam dentro dela — contou o tenente ao denunciar o caso aos policiais.
Com a ajuda do canal de TV Unitel, que recebeu uma ligação anônima sobre o paradeiro dos objetos, “conseguimos recuperar os símbolos pátrios. Estavam dentro de duas mochilas, que por sua vez estavam dentro de duas sacolas pretas na igreja”, contou Aguilera.
A presença dos símbolos do país era necessária em Cochabamba porque o presidente da Bolívia, Evo Morales, os usaria durante o desfile militar que comemoraria a fundação das Forças Armadas. Mas Morales apareceu sem eles e não mencionou o furto em seu discurso. A última vez que Morales usou a medalha e a faixa foi no último dia 6, na celebração do 193º aniversário da independependência boliviana.
Um comunicado do Ministério da Defesa avisara, antes, que a medalha fora furtada e que sua primeira providência foi “a detenção do oficial encarregado de sua segurança e a abertura de uma investigação”.
— É um golpe brutal para a República, para o Estado. Equivale ao roubo da coroa da rainha Elizabeth II da Inglaterra — chegou a reagir o ex-presidente Carlos Mesa.
A medalha presidencial foi um presente do Congresso à recém-criada República Bolívar (hoje Bolívia) a seu fundador, Simon Bolívar, em 1825, e foi usada como medalha presidencial por Antonio José de Sucre, desde 1826.
Em geral, a joia fica protegida num cofre de segurança do Banco Central, mas é, ocasionalmente, entregue à Presidência para atos oficiais.
FONTE: AFP
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