Vitor de Angelo afirma que o governo federal somente estimulou o retorno às aulas sem investir em uma análise sobre qual a situação dos estudantes brasileiros após o período fora das salas de aula
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Vitor de Angelo, aponta a evasão escolar e a perda de aprendizado como os principais problemas relacionados à pandemia e cobra do Ministério da Educação um diagnóstico nacional sobre a situação para poder enfrentá-los.
À coluna Painel, da Folha de S.Paulo, Angelo afirma que o governo federal somente estimulou o retorno às aulas sem investir em uma análise sobre qual a situação dos estudantes brasileiros após o período fora das salas de aula imposto pela pandemia.
Secretário no Espírito Santo, Angelo argumenta que sem esse mapeamento é impossível definir políticas públicas para combater os problemas causados pela paralisação das aulas.
“Mesmo se houver alguma ação deles (governo federal) que tangencie esses problemas, só pela sorte essa ação vai responder a esses problemas, porque se não foi feito um diagnóstico não tem como dar uma resposta”, diz ele.
Angelo afirma que o diagnóstico tem sido feito pelos municípios e estados, mas sem uma coordenação nacional.
“Estamos em outubro, vai fazer que horas? De um lado fala para voltar às aulas, mas não vai fazer um diagnóstico? Só volta, e volta para fazer o quê?”, questiona.
Angelo também questiona a exigências do Ministério da Educação sobre o Saeb, avaliação federal da educação básica, e o prazo para divulgação do resultado.
O MEC chegou a avaliar a suspensão da prova, realizada em todo ano ímpar.
Segundo Angelo, embora esteja mantida, a prova é feita no final do ano, mas o resultado sai apenas no segundo semestre do ano posterior.
Além disso, diz ele, há uma exigência de que apenas escolas em que 80% dos alunos realizarem as provas poderão ter os resultados divulgados.
“Nesse período de pandemia vai exigir 80%, a gente não tem 80 % de presença hoje. O que vai significar que vamos receber um resultado tarde, se for mantida a data de divulgação, e não será por escola”, afirma.
FONTE: FOLHAPRESS
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