“(Essa decisão) Quebra, agride, é um desrespeito à Constituição. Os ministros do STF não existem para inventar a Constituição. Estão ali para cumprir a Constituição (…) Tenho a convicção de que o pleno (da Corte) vai fazer com que esse absurdo seja revogado. Fazer um novo decreto é síndrome de Luís XIV que avança pelo Brasil e que tem que ser contida”, ressaltou o ministro da Secretaria de Governo, que ressaltou a possibilidade de os ministros, “no máximo”, declararem a inconstitucionalidade do indulto.
Até domingo, o indulto estava integralmente suspenso por decisão da presidente do STF, Cármen Lúcia, que já havia considerado inconstitucional a concessão do indulto aos corruptos. Marun acusou Barroso de ser incoerente porque não teria se posicionado contra os indultos natalinos da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo o ministro, as medidas da petista beneficiaram petistas condenados por corrupção, como José Genoíno e José Dirceu.
“Em base da lei do impeachment, nós passamos a redigir esse pedido baseado na evidente atuação politico-partidária e na sua falta de decoro no momento em que se sentiu no direito de desrespeitar os três poderes da República. O cidadão pode pleitear. Para que não se estabeleça essa confusão, me licenciarei e farei a entrega no Senado desse pedido”, confirmou.
O ministro ainda negou que a reação do governo seja uma forma de constranger o magistrado. Na visão de Marun, que disse não ter ouvido a manifestação da Ajufe, trata-se de “deter o espírito absolutista e até mesmo messiânico” na atuação de Barroso.
FONTE: O GLOBO
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