Um estudo inédito realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base nos dados do Censo de 2010 mostra que 7,4 milhões de brasileiros se deslocavam até cidades vizinhas para estudar ou trabalhar.
Segundo o mapeamento, o Brasil tem 294 arranjos populacionais com forte integração, ou seja, com grande número de pessoas que se deslocam dentro dessas áreas. O IBGE aponta que 55,9% da população brasileira – 106,8 milhões de pessoas -, residem nos 938 municípios que integram esses agrupamentos.
O conceito de grande concentração urbana se refere a grupos de cidades com forte ligação entre si que somam mais de 750 000 habitantes. Além do deslocamento de moradores para trabalho ou estudo, também são levados em conta os municípios que se aproximaram a ponto de parecerem um só (conurbação urbana). Na lista, há dois municípios isolados, mas que, pelo grau elevado de urbanização, também se enquadram na classificação de grandes concentrações – Manaus (AM) e Campo Grande (MS).
As grandes manchas urbanas estão principalmente no Sudeste do país. Das 26 maiores, cinco ficam em São Paulo. O maior estado do país é o único que tem mais de uma grande concentração urbana. O maior agrupamento é formado pela capital e outros 35 municípios, somando 19,6 milhões de habitantes. As outras grandes concentrações urbanas paulistas são grupos de municípios nas regiões de Campinas (1,8 milhão de habitantes), Baixada Santista (1,5 milhão), São José dos Campos (1,4 milhão) e Sorocaba (779 700).
O Rio de Janeiro é o segundo maior arranjo populacional, com 11,9 milhões de habitantes espalhados por 21 municípios, seguido por Belo Horizonte (4,7 milhões de pessoas se deslocando em 23 municípios), Recife (3,7 milhões em 15 municípios), Porto Alegre (3,7 milhões em 26 municípios), Salvador (3,4 milhões em nove municípios) e Brasília (3,4 milhões em 11 municípios do Distrito Federal e de Goiás).
Há arranjos populacionais que ultrapassam as fronteiras nacionais. Vinte e sete agrupamentos de municípios incluem cidades de países vizinhos como o Paraguai, Uruguai, a Argentina e Colômbia. O maior deles é o de Foz do Iguaçu-Ciudad del Este, que inclui sete municípios e 675 000 pessoas no Brasil, Paraguai e da Argentina.
Como se trata do primeiro estudo, não permite comparações com anos anteriores. A ideia é que a pesquisa seja feita a cada dez anos, depois dos Censos, para acompanhar a evolução dos arranjos populacionais e das concentrações urbanas de todo o país.
Fonte: VEJA
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