Segundo o governo do estado, corpos foram encontrados nesta segunda e indícios apontam mortes por asfixia. No domingo, briga havia deixado 15 mortos no Compaj.
Quarenta e dois presos foram encontrados mortos dentro de cadeias em Manaus nesta segunda-feira (27), informou o Governo do Amazonas. Na véspera, uma briga entre presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) deixou 15 presidiários mortos.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que as mortes desta segunda, todas com indício de asfixia, ocorreram nas seguintes unidades:
- Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) – 27 mortos
- Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) – 6 mortos
- Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM 1) – 5 mortos, além de 4 feridos levados para atendimento médico
- Compaj – 4 mortos
De acordo com a Seap, “neste momento, a situação está controlada e os presos estão na tranca”.
De acordo com a Umanizzare, empresa de gestão prisional, no Ipat um agente de socialização agredido pelos detentos foi levado a um hospital de Manaus. Ele teve pequenas escoriações e não corre risco.
Também nesta segunda, o Ministério da Justiça informou que vai enviar ao Amazonas integrantes da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária. De acordo com o governo federal, a força-tarefa atua quando há crise no sistema penitenciário – o objetivo é “controlar distúrbios e resolver outros problemas”.
No caso do Compaj, integrantes da Força Nacional de Segurança Pública já atuam na área externa do presídio.
No domingo, uma briga entre detentos dos pavilhões 3 e 5 do Compaj terminou com 15 mortos.
Segundo o secretário de Administração Penitenciária, coronel Marcos Vinicius Almeida, a confusão aconteceu durante o horário de visitação na unidade. As vítimas foram assassinadas asfixiadas ou perfuradas com escovas de dentes.
“Não foi rebelião. É uma briga de internos. Nunca havia acontecido mortes durante visitas. Alguns morreram dentro da cela com as grades trancadas. Eles cometeram os crimes também em frente aos familiares”, afirmou Almeida.
O secretário também disse que não foram registrados reféns, agentes feridos ou fuga de detentos. Questionado sobre denúncias feitas por familiares de detentos de que policiais em helicópteros atiraram contra presos, ele disse que os tiros não foram direcionados a pessoas e serviram apenas para contenção.
O titular da Seap afirmou que uma investigação foi aberta para apurar as motivações da briga.
“O Estado não reconhece facções. Estamos investigando o que teria motivado isso. As câmeras internas registraram todos os crimes e vamos encaminhar as informações à Justiça.”
Massacre em 2017
Em janeiro de 2017, o Compaj registrou rebelião que resultou na morte de 56 pessoas. Na ocasião, a rebelião durou mais de 17 horas e foi considerada pelo secretário como “o maior massacre do sistema prisional” do Estado.
Os mortos eram integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e presos por estupro, segundo o então secretário de Segurança Pública.
Em dezembro de 2018, um agente penitenciário foi morto dentro do Compaj. À época, 12 detentos foram presos suspeitos da morte.
FONTE: G1.COM
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