O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse na manhã desta 5ª feira (22.abr.2021) que é difícil monitorar e fiscalizar a Amazônia e que o mundo precisa “compreender”.
O contexto da fala de Lira é a Cúpula do Clima, em que líderes dos principais países do mundo discutem preservação ambiental e mudanças climáticas. O evento pressiona Jair Bolsonaro, de quem Lira é aliado.
O desmatamento da Amazônia acelerou durante a gestão de Bolsonaro. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, já teve a cabeça pedida até pela cantora Anitta. Na 4ª feira (21.abr) foi realizado um almoço em apoio a Salles.
O evento reuniu alguns dos principais aliados de Bolsonaro. O presidente da Câmara também passou pelo local.
A declaração de Lira nesta 5ª foi dada por meio da conta do deputado no Twitter. Ele disse que a Câmara ajudou a “construir leis robustas na área do meio ambiente”.
“As leis estão acima de qualquer governante. E a Câmara sempre contribuiu com marcos legais importantes na área da sustentabilidade. Mas o mundo precisa compreender que o desafio logístico, tecnológico e financeiro de monitorar e fiscalizar a Amazônia é gigantesco”, afirmou Arthur Lira.
“A Amazônia e todos os nossos biomas são ativos globais. Mas são patrimônio do povo brasileiro”, declarou o presidente da Câmara. Segundo ele, há compromisso com a preservação e uso sustentável dos recursos naturais.
Ele também pediu apoio de outros países na área. “O Brasil está aberto para todo o apoio global”. Eia a íntegra dos tuítes de Lira:
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou na Cúpula do Clima que até 2050 seu país reduzirá a zero as emissões de gases de efeito estufa. A conferência é realizada por iniciativa dos norte-americanos.
A eleição de Biden, em 2020, foi um revés para Bolsonaro. O novo presidente dos EUA tem o meio ambiente no centro de sua pauta. O antecessor, Donald Trump, não tinha a preservação ambiental como prioridade.
No ano passado, Bolsonaro falou em evento da ONU que havia cobiça internacional sobre a Amazônia e acusou ONGs de serem responsáveis por crimes ambientais, sem explicar quais organizações e quais crimes.
Em 15 de abril, o presidente da República enviou carta a Biden na qual falava em eliminar o desmatamento ilegal até 2030. Foi um movimento para reduzir a pressão sobre o Brasil na Cúpula do Clima.
Em seu discurso no evento, Bolsonaro pediu “justa remuneração“ pelos serviços ambientais prestados pelo Brasil. Ou seja, pela preservação das florestas. Ele também prometeu zerar emissões até 2050, assim como Biden.
Também afirmou que quer “eliminar” o desmatamento ilegal até 2030. As falas devem reduzir a possibilidade de outros países tomarem medidas duras contra o Brasil por causa da política ambiental.
Na última semana, Ricardo Salles pediu dinheiro de outros países para combater a devastação na Amazônia. Disse que com US$ 1 bilhão é possível reduzir o desmate em 40% até maio de 2022.
Os principais líderes mundiais interessados na pauta ambiental, porém, querem ações concretas do governo brasileiro antes de fornecer recursos.
FONTE: PODER 360
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