A líder opositora acusou diretamente o ditador Nicolás Maduro pelo ataque
María Corina Machado, um dos principais nomes da oposição venezuelana, denunciou semana passada, no X (antigo Twitter), um atentado contra ela e sua equipe de assessores na cidade de Barquisimeto, no Estado de Lara. De acordo com María Corina, os carros usados na campanha foram destruídos e a mangueira do freio de uma das caminhonetes foi deliberadamente cortada, em um incidente que ela descreveu como “uma tentativa de assassinato”.
A líder opositora acusou diretamente o ditador Nicolás Maduro pelo ataque ao dizer que “agentes do regime nos seguiram desde (o Estado de) Portuguesa e cercaram o local onde passávamos à noite”. Ela também postou um vídeo no qual detalhou que, além de cortar a mangueira de freio de um dos carros, os agentes tentaram sabotar outro veículo, retirando o óleo do motor.
Além disso, os carros foram amassados e pichados com tinta branca, segundo a opositora, com mensagens como “Não + bloqueio”. “A campanha de Maduro é violenta e ele é responsável por qualquer dano à nossa integridade física”, afirmou María Corina, em vídeo postado em suas redes sociais.
Intimidação
Ainda no X, Edmundo González Urrutia, candidato à presidência apoiado por María Corina Machado, condenou veementemente o que ela classificou como atentado e aproveitou o episódio para denunciar as detenções dos militantes de sua campanha pelo regime chavista.
“A intimidação contra María Corina Machado e as recentes detenções de cidadãos e ativistas da nossa campanha são atos de covardia intoleráveis que ameaçam o desenvolvimento do processo eleitoral”, escreveu Urrutia.
Ele apelou para que as autoridades venezuelanas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e a comunidade internacional atuem para garantir um ambiente pacífico no dia 28, data da votação.
O incidente ocorre em meio a um contexto de repressão crescente contra opositores políticos na Venezuela. Na terça-feira, Milciades Ávila, chefe de segurança de María Corina Machado há mais de dez anos, foi preso sob acusações de comportamento abusivo contra mulheres.
A campanha da oposição alega que Ávila apenas defendeu Urrutia e María Corina do ataque de algumas mulheres em um restaurante, no sábado. A líder opositora classificou a prisão de seu segurança de “provocação planejada” para deixá-los desprotegidos às portas das eleições.
Denúncias
Em julho, a oposição denunciou a prisão de ativistas em pelo menos quatro Estados venezuelanos. A ONG Foro Penal, que promove a defesa de presos políticos, informou na terça-feira que tem registros de pelo menos 102 prisões ligadas à campanha da oposição na Venezuela.
FONTE: ESTADÃO CONTEÚDO – AGÊNCIA ESTADO
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