Reserva de medicamentos ao SUS pode fazer acabar oferta de insumos básicos a hospitais privados, segundo entidade do setor
Os insumos básicos para a intubação de pacientes da covid-19 podem acabar em até 48 horas na rede hospitalar privada após pedidos do governo federal para reservar os medicamentos ao SUS (Sistema Único de Saúde), alertou nesta sexta-feira (19) a Anahp (Associação Nacional de Hospitais Privados).
A associação realizou uma pesquisa no dia 18 de março entre seus membros, na qual constatou a escassez de medicamentos essenciais para o tratamento de pacientes acometidos pelo novo coronavírus, especialmente os sedativos necessários para intubação dos casos mais graves. Entre a falta de produtos necessários para o procedimento estão também anestésicos injetáveis e relaxantes musculares.
“Entendemos a preocupação do governo em garantir os insumos necessários para a atenção aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), mas a situação do setor privado também é bastante preocupante e, certamente, atingirá o seu ápice nos próximos dias”, afirmou a Anahp, em comunicado que pede atenção urgente do ministério da Saúde em relação ao risco que os pacientes da rede correm.
A entidade tem 118 associados, entre eles hospitais de ponta como o Sírio Libanês, Hospital Samaritano, Beneficência Portuguesa, 9 de Julho, Hcor e Barra d’or.
Frente à explosão de casos da covid-19 em todos os estados do Brasil, a falta de medicamentos já vêm preocupando associações do setor, que se reuniram com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta quinta-feira (18) para discutir a questão.
“A Anvisa tem trabalhado em várias frentes para reduzir o risco de desabastecimento de medicamentos, em especial os necessários para manejo clínico de pacientes com covid-19, no qual se incluem medicamentos necessários para intubação de pacientes com baixa saturação de oxigênio”, informou a Anvisa, por meio de nota.
A agência afirma que, considerando o problema como de saúde pública, realizará “uma varredura na fila de pós-registro e poderá retirar as petições da fila fora da ordem cronológica, independentemente de solicitação da empresa, se houver possibilidade de que a petição contribua para aumento na oferta desses produtos”.
Mais 2.815 pessoas tiveram a morte confirmada por covid-19 nesta sexta-feira (19), em uma semana repleta de recordes diários negativos da pandemia no Brasil. Os dados, divulgados pelo Ministério da Saúde, mostram que esse é o 2° pior dia da pandemia no Brasil, a 27 óbitos de bater o que, até agora, foi o pior dia, registrado nesta terça-feira (16), com 2.842 casos.
No período de sete dias, desta sexta até a última (12), foram contabilizadas 17.410 mortes por covid-19. Ao todo, o Brasil tem 290.314 vidas perdidas para a doença em pouco mais de um ano de pandemia. O total de casos chegou a 11.871.390.
O país tem batido sucessivos recordes de óbitos por covid-19 nas últimas duas semanas, enquanto governadores decretam quarentenas rígidas, toques de recolher ou lockdowns. No último mês, o número de mortes diárias duplicou, segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que também considera que o país vive o maior colapso hospitalar de sua história.
FONTE: R7.COM
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