O cantor deveria receber R$ 600 mil por uma apresentação em Viçosa, mas juíza entendeu que valor era excessivo para o evento
O TJAL (Tribunal de Justiça de Alagoas) decidiu barrar o show do cantor Wesley Safadão que deveria acontecer no dia 12 de junho no município de Viçosa, em Alagoas. Segundo a liminar requerida pelo Ministério Público do estado, o cantor receberia R$ 600 mil pela participação no evento junino. O valor seria incompatível com a atual situação do estado.
“A apresentação do artista Wesley Safadão, de apenas uma hora, retira dos cofres públicos quantia que seria suficiente para pagar um mês de trabalho de aproximadamente 160 professores da educação básica ou 200 enfermeiros”, informa o documento.
A juíza responsável pela decisão, Juliana Batistela Guimarães de Alencar, mencionou ainda o estado de “calamidade” que Alagoas enfrenta em consequência das fortes chuvas, “fazendo contraponto com a programação de atrações musicais de valor vultoso [muito alto] para as festas juninas”.
“Trata-se de se ter em ponderação a necessidade de expressivos gastos públicos com festas, quando as condições básicas de vida digna dos cidadãos não estão sendo atendidas. É uma falácia a justificativa de que um show pelo qual se pague ao artista R$ 600 mil seja benéfico porque gera renda e empregos. Se houver emprego por um dia ou um final de semana, e renda, porque o comércio local irá vender mais (principalmente bebidas alcoólicas e, por consequência, gerar mais violência social, aumentando a necessidade de alocação de policiais), essa monta nunca irá chegar nem perto dos R$ 600 mil despendidos ao artista”, afirma a juíza.
A magistrada ainda fixou os valores que o estado e o municípios podem gastar com as contratações para o evento de São João de Viçosa. Se os artistas forem contratados no âmbito estadual, o valor máximo a ser pago é de R$ 50 mil. Já se forem contratados pela cidade, o limite é de R$ 20 mil.
Por fim, ela determinou que Viçosa não poderá gastar mais do que R$ 100 mil com os festejos, enquanto o estado de Alagoas não poderá despender mais de R$ 500 mil.
FONTE: R7.COM
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