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Justiça bloqueia quase R$ 119 milhões de investigados na Lava Jato

A Justiça Federal do Paraná bloqueou, até agora, 118,85 milhões de reais de investigados na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Os valores, compilados pela 13ª vara Federal de Curitiba nesta terça-feira, incluem bloqueios de contas bancárias das cúpulas das principais construtoras do país e dinheiro que ainda será transferido a contas judiciais, mas não tratam de recursos depositados no exterior. A retenção dos valores foi determinada no ano passado pelo juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, e serve como garantia de reposição dos cofres públicos caso os réus sejam condenados.

O vice-presidente da construtora Engevix Gerson de Mello Almada foi o réu que teve os maiores valores bloqueados – 37,5 milhões de reais –, seguido do ex-presidente da Queiroz Galvão, Idelfonso Colares Filho, com 18,1 milhões de reais, do diretor da Área Internacional da OAS, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, com 11,99 milhões de reais, e do empreiteiro Ricardo Pessoa, presidente da UTC Engenharia e apontado como o chefe do Clube do Bilhão, cartel de empreiteiras que, por meio do pagamento de propina, articulavam fraudes em contratos com a Petrobras. Também foram bloqueados recursos da D3TM Consultoria e Participações, empresa de propriedade do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e de duas companhias do operador do PMDB no petrolão, Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano: a Hawk Eyes Administração de Bens e a Technis Planejamento e Gestão em Negócios. Duque e Baiano, como pessoas físicas, também tiveram bloqueados 4,04 milhões de reais e 8.873 reais, respectivamente.

No início do ano, a Justiça Federal do Paraná havia determinado que bancos públicos e privados mantivessem bloqueados os recursos em contas bancárias e aplicações financeiras de investigados na Operação Lava Jato. O alerta judicial ocorreu após algumas instituições financeiras terem se recusado a cumprir a ordem do juiz Sergio Moro.

O BNP Paribas, por exemplo, havia enviado ofício a Moro questionando se poderia congelar, aos poucos, o dinheiro em nome de Gerson de Mello Almada, na medida em que vencesse o prazo de resgate de aplicações. Além do BNP, outros bancos questionaram a necessidade a bloquear aplicações financeiras não vencidas por considerar que a determinação poderia prejudicar clientes e afugentar novos investidores que não têm relação com a Lava Jato. A restrição dos recursos vale até até em casos comprovados de dinheiro lícito.

 

Fonte: VEJA,

 

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