Israel está preparado para ampliar “significativamente” sua ofensiva terrestre contra militantes na Faixa de Gaza, disse nesta sexta-feira (18) o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Milhares de soldados israelenses invadiram Gaza na quinta-feira à noite, apoiados por tanques e disparos de artilharia. A decisão de enviar tropas ao território ocorreu após 10 dias de ataques aéreos de Israel e o disparo intenso de foguetes por militantes em Gaza.
“Na noite passada, nossas forças iniciaram uma operação terrestre para atingir os túneis de terror que atravessam Gaza para território de Israel”, disse Netanyahu em uma sessão especial do gabinete transmitida ao vivo pela televisão.
“Não é possível atingir os túneis somente pelo ar”, disse ele. “Minhas instruções… são preparar para a possibilidade de ampliar significativamente a operação terrestre, e os militares estão se preparando de tal forma”.
Ao menos 24 pessoas e um soldado israelense morreram desde o início da ofensiva terrestre, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Os mortos incluem três crianças palestinas mortas por um tiro de tanque no norte de Gaza, disseram médicos.
Netanyahu disse que a operação ocorreu após Israel ter concordado com uma proposta de cessar-fogo egípcia e uma trégua humanitária de cinco horas a pedido da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Em ambos os casos, o Hamas continuou a disparar”, disse o premiê.
O Hamas, grupo palestino que controla Gaza, disse que Israel “pagará um preço alto” pela invasão. Mesmo após o início da ofensiva, foguetes teriam sido disparados de Gaza contra o sul de Israel, disseram autoridades israelenses.
Ao menos 258 palestinos, a grande maioria civis, morreram desde o início da operação israelense em 8 de julho, disseram autoridades de Gaza.
Um civil israelense morreu após ser atingido por um morteiro, e vários israelenses ficaram gravemente feridos, segundo médicos israelenses.
Túneis
O Exército israelense disse, em comunicado, que o objetivo da operação é “estabelecer uma realidade em que os residentes de Israel possam viver em segurança e sem terror contínuo indiscriminado”.
“Depois de dez dias de ataques do Hamas por terra, ar e mar, e depois de repetidas rejeições de ofertas de acalmar a situação, a IDF [Forças de Defesa de Israel] iniciou uma operação terrestre dentro da Faixa de Gaza”, disse a nota.
Segundo autoridades israelenses, a fase inicial da operação tem como alvo túneis escavados pelo Hamas sob a fronteira com Israel que seriam usados para ataques.
Na quarta-feira, 13 militantes se infiltraram em Israel através de um túnel com o objetivo de atacar um kibutz -pequena comunidade israelense economicamente autônoma, informaram autoridades israelenses. O Exército disse que matou pelo menos um dos militantes.
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O porta-voz militar, general Moti Almoz, disse que a ofensiva terrestre foi a segunda fase da operação Margem Protetora após dias de ataques aéreos.
“Peço aos moradores de Gaza que se retirem de áreas nas quais o Exército está operando. Esta operação durará enquanto for necessário”.
Momentos antes do anúncio da ofensiva terrestre, jornalistas em Gaza foram avisados pelo governo israelense para se abrigar.
Reservistas
Na quinta-feira à noite, Israel aprovou a convocação de mais de 18 mil reservistas, elevando para 65 mil o total de militares adicionais convocados desde 8 de julho.
O chefe do Hamas, Khaled Meshaal, disse que a operação terrestre israelense estava “destinada ao fracasso”.
“O que o ocupante Israel não conseguiu alcançar através de seus ataques aéreos e marítimos, não será capaz de alcançar com uma ofensiva terrestre”, disse ele.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse que a operação terrestre levaria a “mais derramamento de sangue” e pediu que Israel interrompa sua operação.
Israel diz que já realizou mais de 1.960 ataques contra Gaza desde 8 de julho, enquanto militantes dispararam cerca de 1.380 foguetes contra Israel.
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que pelo menos 1.370 casas foram destruídas em Gaza e mais de 18 mil pessoas deslocadas.
Segundo a ONU, a maioria dos mortos em Gaza é civil.
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