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Irã liberta marinheiros dos EUA após pedido de desculpas

Membros da Marinha americana foram presos depois de entrarem em águas iranianas

WASHINGTON — O Irã libertou dez marinheiros americanos na quarta-feira depois de mantê-los presos durante a noite, num rápido incidente que abalou os nervos a poucos dias da implementação prevista de um acordo nuclear entre Teerã e as potências mundiais.

Segundo a Guarda Revolucionária do Irã, os marinheiros foram soltos após a constatação de que eles tinham entrado em águas territoriais iranianas por engano. Os americanos foram detidos a bordo de dois barcos de patrulha da Marinha dos EUA no Golfo na terça-feira.

“As nossas investigações técnicas mostraram os dois barcos da Marinha dos EUA entrando em águas territoriais iranianas inadvertidamente”, disse um comunicado divulgado pela televisão estatal. “Eles foram libertados em águas internacionais depois de pediram desculpas”.

Segundo o comandante da Guarda Revolucionária do Irã, o general Ali Fadavi, os Estados Unidos pediram desculpas pelo incidente, o que não foi confirmado por Washington. Para resolver o impasse, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, entrou em contato com o chanceler iraniano, Javad Zarif.

Na noite de terça-feira, autoridades americanas disseram que Teerã lhes havia assegurado que a tripulação e as embarcações seriam devolvidas a salvo e com prontidão.

O chefe da Marinha da poderosa Guarda Revolucionária chegou a acusar as embarcações americanas de terem realizado ações pouco profissionais. Os nove homens e uma mulher ficaram retidos em uma base iraniana na ilha de Farsi, no Golfo Pérsico, depois de serem detidos nas proximidades.

A rápida soltura dos marinheiros americanos demonstra um avanço na delicada relação entre os países. Em 2007, em uma situação parecida, a Marinha da Guarda Revolucionária iraniana deteve 15 membros do serviço militar britânico por 13 dias, sob a justificativa de proteger as suas fronteiras marítimas. Um ano depois, a Marinha britânica divulgou um relatório dizendo que os seus navios estavam em uma área de fronteiras disputadas entre o Irã e o Iraque.

SUSPENSÃO DE SANÇÕES

O incidente naval vem em um momento delicado para Washington e Teerã. O processo para começar o levantamento das sanções impostas ao Irã devido a suas atividades nucleares é esperado para o fim desta semana. A Guarda Revolucionária está entre os atores mais radicais contrários o acordo nuclear.

Fonte: oglobo

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Gomes Oliveira

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