O ministério das Relações Exteriores do Irã desmentiu, nesta sexta-feira, que esteja colaborando com os Estados Unidos na luta contra os islamitas do Estado Islâmico (EI) no Iraque.
A porta-voz das Relações Exteriores do Irã, Marzie Afjam, negou as informações publicadas hoje pela rede britânicaBBC em seu serviço em persa que asseguravam que o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, tinha autorizado a colaboração com Washington na luta contra o EI no Iraque.
“Essa informação não é correta”, assinalou a porta-voz à emissora de notícias estatal iraniana “Press TV”.
Além disso, Afjam lembrou que Teerã mostrou repetidamente seu apoio ao governo do Iraque em sua luta contra o EI e que, também, criticou os EUA por lançar ataques contra os islamitas apenas de acordo com seus interesses.
Uma fontes diplomática em Teerã, que pediu para não ser identificada, confirmou à Agência Efe que “o Irã está cooperando em nível tático com os Estados Unidos e com a Alemanha, que têm conselheiros no terreno no Iraque”.
“É algo que vem ocorrendo há algum tempo, embora não reconheçam abertamente”, acrescentou outra fonte diplomática, que também pediu anonimato.
Nesta semana foi divulgada no Irã uma foto do comandante da força Al Quds, a unidade de elite dos Guardiães da Revolução, Qasem Suleimani, na cidade iraquiana de Amerli, no norte do Iraque, pouco depois que esta fosse liberada das forças do EI.
A imagem foi divulgada após as críticas a Suleimani por não ter comparecido perante a poderosa Assembleia de Analistas, que realizou nesta semana sua reunião anual mais importantee à qual estava convidado para explicar aos clérigos a situação no Iraque.
Dada a sensibilidade iraniana perante qualquer tipo de contato com os EUA, considerado o inimigo e com o qual não mantém relações diplomáticas desde a crise dos reféns depois da Revolução Islâmica de 1979, a postura oficial de Teerã nos últimos meses foi sempre a de negar que se esteja trabalhando conjuntamente com Washington no Iraque.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, descartou em entrevista coletiva nesta semana que seu país esteja “colaborando ou coordenando com os EUA” a luta contra EI, que tomou o controle de amplas zonas nesse país e na Síria.
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