EasyJet afirma que oito de seus dez voos foram cancelados pelas autoridades egípcias
LONDRES — O início da repatriação de 20 mil turistas britânicos que estavam retidos em Sharm el-Sheikh, a cidade egípcia de onde partiu o avião russo que caiu no sábado, foi marcada por confusão e caos, além de informações conflitantes. Estava previsto que 20 aviões vazios chegassem ao aeroporto de Sharm nesta sexta-feira para a retirada dos britânicos, mas, de acordo com a companhia aérea EasyJet, os voos não programados foram suspensos — o que foi negado pelo Egito. O Reino Unido suspendeu os voos para o balneário na quarta-feira após suspeitas de que o Airbus A321 da Metrojet foi derrubado por uma bomba colocada no compartimento de carga da aeronave.
As autoridades egípcias negaram o cancelamento dos voos, atribuindo os problemas registados no aeroporto de Sharm à capacidade limitada do espaço. Logo depois, um porta-voz do primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que a situação no Egito era “difícil”.
A companhia EasyJet, uma das que iria operar os voos de repatriação, afirmou que as autoridades egípcias suspenderam oito de suas dez partidas que não foram agendadas com antecedência. Conforme explicou a empresa, dois aviões haviam pousado em Sharm el-Sheikh e poderão decolar, mas outros oito não puderam voar à cidade egípcia para retirar os turistas.
“Estamos trabalhando com o governo britânico ao mais alto nível para encontrar uma solução e estamos também preparando um plano de contingência para que possamos voltar a operar quando tivermos permissão”, afirmou a companhia.
O Ministério de Aviação Civil egípcia, por sua vez, negou que as autoridades ou os serviços de segurança tivessem impedido companhias aéreas de voarem para o aeroporto de Sharm, culpando a capacidade do aeroporto.
— Retirar milhares de pessoas em voos em um dia é muito difícil. Todo mundo tem que passar pelos procedimentos. Nós não cancelamos nenhum voo, mas o aeroporto não consegue lidar com todos esses aviões de uma só vez — afirmou um porta-voz do ministério à agência Reuters.
As companhias EasyJet, Monarch e Thomson Airways tinham previsto operar nesta sexta-feira mais de 20 voos. Um representante da Monarch afirmou à agência France Presse não estão cientes de quaisquer restrições por parte das autoridades egípcias, mas não informaram sobre o horário em que está programado o pouso de seus aviões no aeroporto de Sharm.
A British Airways disse que esperava que uma das suas aeronaves, que já havia pousado no aeroporto de Sharm, chegue ao aeroporto de Gatwick, em Londres, nesta sexta-feira.
SÓ COM BAGAGEM DE MÃO
Os passageiros serão autorizados a embarcar apenas com bagagem de mão. A restrição também foi aplicada pela companhia aérea francesa-holandesa KLM a passageiros que voam a partir do Cairo.
O plano era que os passageiros deixassem o restante das bagagens em terra como uma medida de segurança e elas seriam enviadas para o Reino Unido por uma agência do governo e entregues aos seus proprietários por “correio” nos próximos sete dias, de acordo com a EasyJet.
O Airbus russo da companhia Metrojet voava de Sharm el-Sheikh a São Petersburgo quando caiu no Sinai, matando todas as 224 pessoas a bordo, no pior desastre aéreo na História da Rússia. A maioria das vítimas era russos.
A suspeita de que um artefato explosivo foi a causa da queda da aeronave foi levantada pelo Reino Unido e corroborada na quinta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que disse que as autoridades americanas consideram a hipótese com seriedade. Tanto o Egito quanto a Rússia, no entanto, insistiram que ainda era cedo para tirar conclusões, na medida em que as caixas-pretas ainda estão sendo analisadas.
Fonte: oglobo


























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