Ao menos 21 pessoas morreram no ataque, dizem fontes policiais.
Talibãs divulgaram comunicados contraditórios sobre ataque.
Homens armados invadiram a Universidade Bacha Khan em Charsada no noroeste do Paquistão nesta quarta-feira (20), abrindo fogo contra estudantes e professores em salas de aula. O ataque deixou 21 mortos e mais de 60 feridos, segundo a agência France Presse.
O porta-voz oficial do Talibã do Paquistão negou que o grupo esteja envolvido no atentado na província de Khyber Pakhtunkhwa, segundo a agência Reuters. O comunicado do porta-voz Muhammad Khorasani, no entanto, foi divulgado horas depois de um alto comandante do Talibã ter afirmado que quatro de seus combatentes haviam deflagrado o ataque. O motivo dos comunicados contraditórios ainda não foi esclarecido.
O atentado começou por volta das 9h30 locais (2h30 de Brasília). “O balanço de mortos no ataque terrorista se elevou a 21”, afirmou o chefe de polícia regional, Saeed Wazir, sem explicar se entre os mortos estão os quatro agressores que o exército afirmou ter eliminado.
Wazir anunciou o fim da operação e informou que a vários estudantes mortos estavam em uma residência no campus da Universidade de Bacha Khan, em Charsada, uma cidade que fica a 50 km de Peshawar.
“Nossos quatro suicidas executaram hoje o ataque contra a Universidade de Bacha Khan”, tinha afirmado por telefone à AFP um comandante dos insurgentes, Umar Mansoor, de um local não revelado.
Este líder rebelde integra a facção Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP) de Hakimullah Mehsud, que tem o nome de um comandante talibã morto por disparos de um drone americano em novembro de 2013.
“Este ataque foi realizado em represália à operação Zarb-e-Azb”, uma ofensiva antiterrorista executada atualmente pelo exército nas zonas tribais do noroeste, próximas da fronteira com o Afeganistão, afirmou Mansoor, que ameaçou com novos ataques.
O vice-reitor da universidade, Fazal Raheem, explicou ao canal de televisão estatal “Pakistan TV” que ao menos quatro dos feridos eram guardas de segurança e que nenhum professor ou estudante do centro educativo, onde havia cerca de 3 mil pessoas no momento do ataque, tinha morrido ou ficado ferido.
No entanto, um dos professores disse para veículos de informação locais que um de seus colegas morreu baleado, o que não foi confirmado pela polícia. “Havia mais de 600 convidados para uma conversa poética. O professor do Departamento de Química Hamid foi assassinado diante de mim. Os terroristas entraram na sala em que estávamos. Corri para o banheiro. Eles o mataram e eu sobrevivi”, relatou ao canal estatal o docente, que não foi identificado.
Charsadda fica a cerca de 40 quilômetros da capital provincial, Peshawar, onde o principal grupo talibã paquistanês, o TTP, efetuou um ataque contra uma escola em dezembro de 2014, deixando 151 mortos, entre eles 125 crianças.
A província é limítrofe à região de Khyber, onde o exército paquistanês iniciou uma ofensiva contra os insurgentes em outubro de 2014, que se somou a outra lançada em junho daquele ano na área tribal do Waziristão do Norte.
Os talibãs disseram na época que o ataque contra a escola foi uma vingança pelas operações do exército, nas quais pelo menos 3.500 insurgentes e 488 membros das forças de segurança paquistanesas morreram, segundo dados oficiais.
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