Filhos de extremistas na Síria e no Iraque são considerados risco à segurança nacional.
AMSTERDÃ — O serviço secreto holandês abriu uma nova lista de suspeitos jihadistas que inclui crianças a partir de nove anos, afirmaram autoridades na quarta-feira. Eles são os filhos de membros do Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque, que começam o treinamento militar quando pequenos para aprender desde cedo como é a vida nas linhas de frente jihadistas.
As autoridades consideram que estes suspeitos representam um risco à segurança nacional caso entrem no território do país. Segundo um relatório recente do governo holandês, mais de 250 pessoas já viajaram da Síria à Holanda. Dentre elas, incluem-se pelo menos 60 mulheres e 70 crianças.
Ao contrário das crianças-soldado em outros países, estes menores de idade deixam seus lares para ensaiar a vida nos campos de batalha junto com suas famílias. Desde pequenos, eles aprendem a segurar em armas e a treinar execuções. A partir dos 13 anos, o grupo terrorista leva estas crianças à linha de frente, segundo o serviço secreto da Holanda.
Já as meninas são frequentemente instruídas a apoiar seus futuros maridos na luta armada, embora sejam poucas as que efetivamente pegam em armas nos combates. Algumas mulheres se ocupam do tráfico de armas, da arrecadação de fundos ao grupo extremista ou da regulação do comportamento da comunidade feminina.
Em 2015, a estimativa é que a taxa mensal de crianças mortas em missões extremistas tenha dobrado — e, com isso, alimentado a guerra psicológica que sobrevive paralelamente ao avanço do Estado Islâmico. A intensa propaganda dos jihadistas é apontada por especialistas como uma das suas principais ferramentas para trazer menores de 18 anos para atuar em cenários de guerra.
Fonte: oglobo
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