Axl vestiu símbolos britânicos durante a apresentação do hit “Knockin’ On Heaven’s Door” em homenagem à rainha Elizabeth 2ª, morta nesta quinta-feira
Embora os roqueiros do Guns N’ Roses fossem a grande atração do Rock in Rio desta quinta-feira, o som do show, no palco Mundo estava baixo e abafado. O público, apesar de numeroso, se mostrou desanimado a maior parte da apresentação, que durou quase três horas.
O grupo, que não permitiu que a imprensa fotografasse o show, subiu ao palco às 00h20, com cinco minutos de atraso. Para os parâmetros do grupo, é uma baita pontualidade. A banda já chegou a atrasar cerca de 2h40 para aparecer, no Rock in Rio de 2011.
No público, houve empolgação em sucessos dos anos 1980 e 1990, como “It’s So Easy” –que abriu a apresentação–, “Welcome to the Jungle”, “Don’t Cry”, “Rocket Queen”, “You Could Be Mine”, “Patience”, “November Rain” e, claro, “Sweet Child of Mine”.
Já em canções da era mais recente da banda, que tiveram largo espaço no show, a plateia estava longe de ser fisgada, exibindo alegria só com parcimônia.
Pouco se viu mãos para cima, pulos ou bocas cantando as letras das canções mais recentes. Em vez disso, havia um cansaço generalizado, que atingia os fãs de norte a sul do palco Mundo.
Pouco depois do hit “Sweet Child of Mine”, que já veio no meio do show, era possível ver uma grande multidão caminhando em direção à saída.
Além do cansaço do público, o show foi marcado por sutis atos políticos. A bandeira da Ucrânia invadiu o telão em “Civil War”, de “Use Your Illusion II”, de 1991, que faz uma crítica à brutalidade das guerras.
Outra nacionalidade que apareceu no palco foi a do Reino Unido. Axl vestiu símbolos britânicos durante a apresentação do hit “Knockin’ On Heaven’s Door” em homenagem à rainha Elizabeth 2ª, morta nesta quinta-feira.
Os arrastados e cantáveis solos do guitarrista Slash, que rompeu com a banda em 1996 e voltou no começo de 2016, continuam impecáveis –e de derrubar queixos ao redor.
O mesmo, porém, não se pode dizer do vocalista Axl Rose, que cada vez mais se mostra incapaz de entregar o que qualquer espectador deseja: talento e animação. O vocal do americano, que já foi destaque, é hoje ruim e não oferece boas expectativas para o futuro. Prova disso é o show desta madrugada.
A quinta apresentação da banda no festival, por fim, serve bem para mostrar que nenhuma nostalgia segura três horas de show se estiver sozinha no palco.
FONTE: FOLHAPRESS
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