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Governo de Rondônia se posiciona contra a diminuição do Diesel – Por Sílvio Persivo

Deve ser lá fora. No Brasil tudo parece funcionar ao contrário. “A corrupção favorece as ideias novas(Teixeira de Pascoaes).

FEROCIT 2018 TERÁ PARTICIPAÇÃO INTERNACIONAL

Encerram-se no dia 10 de junho as inscrições para a 4ª edição da Feira de Rondônia Científica e de Inovação Tecnológica (Ferocit). A feira, que será em Porto Velho, de 29 a 31 de agosto, se prepara para ser duas vezes maior do que a edição de 2017. No ano passado foram 48 expositores, mas, este ano são previstos 114 estandes, recebendo alunos do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Técnico de instituições estaduais e federais de vários estados do Brasil e de nove países credenciados. Segundo o coordenador do evento, Ederson Rodrigues, o local está sendo definido pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e o nível dos projetos apresentados são de altíssima capacidade. Estarão presentes alunos de 13 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, São Paulo, e Rio Grande do Sul. Todos os nove países credenciados para participar também já confirmaram presença: Argentina, Colômbia, China, Indonésia, Itália, Turquia, Ucrânia, México, e Peru. A feira conta com a parceria do 5° Batalhão da Polícia Militar (BPM), Ifro, Unir, Faro e outras instituições.

GOVERNO DE RONDÔNIA SE POSICIONA CONTRA DIMINUIÇÃO DO DIESEL

O governador Daniel Pereira considera inviável a proposta de redução do percentual da alíquota (17%) que incide sobre o preço do óleo diesel, em entrevista depois de reunião do Conselho de Estado de Rondônia, para debater o tema, lembrando que este mesmo índice é mantido desde 1989, e que a situação que gerou toda crise é reflexo da política de preços da Petrobras, baseada na variação do dólar, com aumentos diários, e que se mantida projeta uma perda ainda maior neste exercício (2018). Explicando que só com a paralisação dos últimos sete dias Rondônia já teve um prejuízo de mais de R$ 70 milhões, por deixar de arrecadar, o que ainda se soma aos mais de R$ 80 milhões mensais decorrentes das Medidas Provisórias baixadas pela Presidência da República, abrindo mão da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-combustíveis) e do PIS/Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social. O governador foi taxativo ao afirmar que o Governo Federal criou o caos, e que os prejuízos sobre estados e municípios tem impacto direto em setores

essenciais como saúde, educação, estradas, etc. Ainda na segunda-feira disse que faria uma reunião com seus auxiliares diretos para estudar a forma de enfrentar a situação posta. Segundo ele, a saída será cortar investimentos, uma medida difícil que precisa ser estudada e avaliada por toda equipe. De acordo com o secretário de Finanças, Franco Ono, a Petrobras deveria se espelhar no exemplo da política de preços dos combustíveis praticada pela maioria dos países, produtores de petróleo, que têm política específica para o setor de distribuição e consumo, reservando mecanismos de proteção para seu consumidor (o cidadão).

A MARCHA DA INSENSATEZ

Os protestos dos caminhoneiros contra o aumento dos combustíveis tem razão de ser, mas, não se constitui numa pauta nova. A Petrobras, que era o alvo da ira dos motoristas, no entanto, demonstra que fica com somente um terço do valor pago nas bombas; o restante é distribuído entre atacadista, varejista e o governo, que devora metade de tudo que é comercializado no país. São os impostos que oneram os combustíveis. É a extorsiva carga tributária que abocanha metade do tanque do carro. Os motoristas, porém, que foram beneficiados pelo governo passado com combustível subsidiado e compra de caminhões não querem saber se os fretes estão baixos por causa do aumento da frota. O raciocínio é que seus custos estão aumentando por conta do aumento do diesel-resultado da reposição dos prejuízos passados da Petrobras em parte. A população em peso está contra impostos elevados ainda mais que atribuem ao governo Temer, que não prima pela popularidade, os males das políticas públicas desastradas de Lula e Dilma no setor de combustíveis. Tudo bem, mas, há a alternativa de baixar impostos. O problema é que baixar os impostos aumenta os problemas de ajuste das contas governamentais, ou seja, o que se dá aos caminhoneiros (e, principalmente, as grandes transportadoras, que respondem por 70% da frota) terá que sair dos cofres públicos. E a queda do imposto recai também sobre os estados que terão que abrir mão de receita. Em suma: a população está apoiando uma conta que, de qualquer forma, vai cair no seu colo. E este apoio deverá diminuir, sensivelmente, com os problemas de desabastecimento. E aumenta o risco de tensões que podem acabar numa ruptura do sistema democrático. É difícil enxergar quem ganha com a manutenção da greve. E os próprios caminhoneiros acirram os ânimos com faixas que pedem a intervenção militar. Pelo menos foi o que se viu na passeata de Porto Velho onde os caminhões que capitaneavam o desfile

traziam faixas pedindo a intervenção militar. É um contrassenso. Se os militares entrarem em ação, eles serão os primeiros a terem que se comportar na base da paulada. Militar gosta de hierarquia e ordem. Não faz política, nem atende reivindicações. Vão fazer o que acham que deve ser feito. O que não inclui agradar caminhoneiros.

MANAUS SOFRE COM A GREVE DOS CAMINHONEIROS

Manaus que, com a interminável ligação rodoviária via BR-319 incompleta, já é isolada geograficamente, já apresenta sinais de desabastecimento com a maior greve de trabalhadores de carga do país dos últimos tempos. O serviço de transporte de passageiros via aplicativos já começou a dar sinais de paralisação no final de semana, bem como o serviços de transporte público. Os pequenos negócios são os primeiros a sentir os sinais da escassez. Bem diferente das grandes redes, pois, compram em geral para dois ou três dias, quando muito. E há diferença entre os produtos, de vez que o que pode ser estocado com mais facilidade e sem risco de perdas, como os não perecíveis, não correm tanto risco de desabastecimento, mas, quando se fala de carnes, frutas e verduras o risco passa a ser muito grande. E, se a greve se estender, com certeza, irão faltar o que preocupa, principalmente, restaurantes que dependem desses insumos.

AUTOR: SÍLVIO PERSIVO –  COLUNISTA TEIA DIGITAL

PROFESSOR E ECONOMISTA

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