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Governo da Guiné Equatorial afirma que patrocínio a Beija-Flor partiu de empresas brasileiras

O governo da Guiné Equatorial negou nesta quinta-feira que tenha patrocinado a Beija-Flor, que venceu o carnaval com um enredo em homenagem ao país. Em nota, o ministro da Informação, Imprensa e Rádio, Teobaldo Nchaso Matomba, afirmou que a iniciativa do patrocínio partiu de “empresas brasileiras”. O governo não citou nomes, mas, na quinta-feira, durante as comemorações pelo título na quadra da escola, ocarnavalesco Fran-Sérgio, integrante da comissão de carnaval da escola, citou Queiroz Galvão, Odebrecht e grupo ARG como patrocinadores do enredo.

“A iniciativa de realizar esta homenagem à Guiné Equatorial não partiu do governo e nem da Presidência da República. É uma iniciativa que surgiu das empresas brasileiras que operam na Guiné Equatorial, em conjunto com a Beija-Flor. Uma iniciativa que apoiamos”, diz a nota.

Segundo o governo, os ministérios da Informação, Imprensa e Rádio e da Cultura e Turismo forneceram materiais e informações sobre a arte e cultura do país. O contrato assinado entre a Beija-Flor e o ministério da Cultura e Tursimo do país africano cita um aporte de R$ 10 milhões para a escola, mas não informa a origem do dinheir.

Por fim, a nota parabeniza a vitória da Beija-Flor e afirma que o governo da Guiné Equatorial espera que o sucesso incentive outros países africanos a participar do carnaval brasileiro.

Também em nota divulgada nesta quinta-feira, a Odebrecht negou que tenha patrocinado o enredo da Beija-Flor. A empreiteira afirmou ainda que sequer realizou obras na Guiné.

“A Odebrecht não patrocinou o desfile do Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor, do Rio de Janeiro. A Odebrecht esclarece ainda que nunca realizou obras na Guiné Equatorial. A empresa chegou a manter um pequeno escritório de representação no país africano, mas ele foi desativado em 2014”, diz a nota.

Em 2011, segundo a “Folha de S. Paulo”, o diretor de relações institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar, integrou a comitiva de uma viagem do governo brasileiro à Guiné. Na ocasião, o representante oficial da delegação brasileira, designado pela presidente Dilma Rousseff, foi o ex-presidente Lula.

O carnavalesco da Beija-Flor citou ainda a Queiroz Galvão – que, assim como a Odebrecht, está envolvida nas denúncias da Operação Lava-Jato – e o grupo ARG como financiadores do carnaval. Procurada, a Queiroz Galvão afirmou que vai se posicionar durante o dia. Em seu site oficial, o grupo ARG afirma que atua na Guiné desde 2007 e destaca a execução de duas obras rodoviárias no país: entre as cidades de Añisok e Oyala e a ligação entre Oyala e Mongomeyen. Nenhum representante do grupo ARG foi encontrado até o fim da manhã desta quinta-feira para comentar o caso.

 

Fonte: Jornal do Comercio

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