O segmento de alimentos de bebidas atingirá US$ 739,59 bilhões até 2025. Já o de cosmética pode chegar a US$ 52,02 bilhões
De acordo com o State of the Global Islamic Economy Report (Relatório Global da Economia Islâmica), os gastos com produtos halal pelos muçulmanos no mundo (comida, fármaco, cosmética, lifestyle e outros) podem chegar a US$ 3,2 trilhões até 2024. Halal significa lícito ou permitido (sem qualquer incidência de álcool ou porco). Os produtos certificados estão autorizados e adequados para o consumo muçulmano de acordo com a lei islâmica. “Mas não é só o muçulmano que consome produto halal. O mercado halal é uma grande oportunidade para as indústrias brasileiras que queiram exportar para o mundo árabe muçulmano e outras comunidades que visam produtos de boa procedência e de qualidade”, ressalta o diretor-executivo da Cdial Halal, Ali Saifi.
E as exigências aumentam a cada dia. Todo processo de certificação cumpre regras predefinidas, devidamente acompanhado e avaliado, de forma que o consumidor, intermediário ou final, possa ter a maior confiança no produto de um fornecedor. “Além do produto em si, os países importadores estão exigindo a mesma certificação nos processos de armazenamento de alimentos refrigerados e congelados e de transporte. Ou seja, toda cadeia é rastreada. Se houver qualquer não conformidade a carga é impedida de embarcar”, alerta Saifi.
Como obter o certificado halal nos processos de transporte e armazenamento? Em nenhum processo a ser avaliado pode haver incidência de álcool e/ou indícios de carne suína, fatores proibidos de acordo com a lei islâmica. Todos os processos de armazenamento, manuseio, rotulagem embalagem, transporte e entrega serão analisados. Ou seja, desde a entrada e saída do produto: espaço físico (serão medidas a umidade e pressão do ar, além de exigir as boas práticas de higiene, incluindo proteção de mercadorias e ou carga contra contaminação cruzada (proibida pelo halal)); características biológicas, químicas e físicas dos produtos; lista de ingredientes, inclusive de aditivos e auxiliares de processamento, entre outros.
População mundial muçulmana – O islã é uma religião global e não se limita às nações de maioria muçulmana, como Indonésia, Arábia Saudita e Egito. A população muçulmana nos países ocidentais tem crescido e este fator se deve ao aumento da imigração do Oriente Médio e dos países muçulmanos asiáticos. Estudos recentes da Research Center’s Forum on Religion & Public Lifes apontam que até 2030, a população islâmica pode chegar a 3 bilhões de habitantes no mundo.
Previsão de muçulmanos no mundo para 2030
Ásia |
1,2 bilhão |
África |
800 milhões |
Europa |
58 milhões |
Américas |
10 milhões |
Total aproximado |
2,68 bilhões |
Fonte: Research Center´s Forum on Religion & Public Lifes
Mercado halal – Conforme estimativas apresentadas pela Inkwood Research, o mercado global de alimentos e bebidas halal deverá atingir uma receita de US$ 875,99 bilhões até 2028, ou seja, um aumento de 6,05% (2020 a 2028).
Atualmente, no Brasil, os mercados que tem melhor se desenvolvido foi o de proteína. “Quase 50% da produção de proteína brasileira, incluindo carnes bovina e aves, são halal”, pontua Saifi.
De acordo com informações da ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal – as exportações de frango (halal e não halal) alcançaram 4.120 milhões de toneladas, registrando aumento de 2,8% em relação a 2018, com receitas de US$ 6,994 bilhões (alta de 6,4% na comparação anual). A China, sem sombra de dúvida, foi o país que mais importou frango, chegando a 585 mil toneladas, volume 34% maior que o de 2018. As exportações de carne de frango para a região asiática aumentaram 12%, saindo de um share de 34,4% em 2018 para 37,5% em 2019. A Arábia Saudita foi o segundo maior importador, com 469 mil toneladas (24% da carne halal exportada foi para este país). O Japão, por sua vez, incrementou as compras em 7% em 2019, com volume total de 424 mil toneladas. Já os Emirados Árabes ocuparam a quarta posição com 341 mil toneladas. No geral, o Oriente (Afeganistão, Bahrein, Catar, Iêmen, Iraque e Omã) importou 1,417 milhão de toneladas com aumento de 5%.
Para 2020, a ABPA tem expectativas de que a demanda global por frango continue em alta, ou seja, com acréscimo de 7% nos embarques, prevendo cerca de 4,5 milhões de toneladas para este ano.
Exportações Brasileiras de Carne de Frango – Volume (Mil ton) |
||||
Mercado |
2018 |
2019 |
Share 19 (%) |
Var. 2018/19 (%) |
China |
438 |
585 |
14% |
34% |
Arábia Saudita |
486 |
469 |
11% |
-4% |
Japão |
398 |
424 |
10% |
7% |
Emirados Árabes |
310 |
341 |
8% |
10% |
África do Sul |
331 |
270 |
7% |
-18% |
União Europeia |
262 |
250 |
6% |
-5% |
Hong Kong |
212 |
183 |
4% |
-14% |
Coreia Do Sul |
113 |
120 |
3% |
6% |
Kuwait |
123 |
115 |
3% |
-7% |
Iraque |
104 |
110 |
3% |
6% |
Outros |
1.236 |
1.253 |
30% |
1% |
Subtotal |
4.013 |
4.120 |
– |
3% |
Fonte: ABPA
Carne bovina – De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), dados divulgados em fevereiro deste ano, o Brasil deve produzir 10,5 milhões de carne bovina em 2020, com perspectiva de aumento de 3,4% referente ao ano passado. Lembrando que 50% deste volume tem certificação halal.
O USDA atribui o aumento da produção bovina à maior produtividade, exportações recordes contínuas e ao fortalecimento do mercado doméstico. Há uma grande expectativa de que as exportações continuem firmes e fortes, para que sustentem este crescimento. Para exportação, o Departamento do governo norte-americano prevê exportar 2,53 milhões de toneladas este ano, 10% a mais que o comercializado para o exterior em 2019.
Segundo dados divulgados em 3 de março deste ano, a ABRAFRIGO – Associação Brasileira de Frigoríficos – fevereiro registrou movimentação de 131.227 toneladas contra 139.292 tonelada em fevereiro de 2019. A receita obtida foi de US$ 564,6 milhões contra US$ 518 milhões em 2019.
A China continua comandando a movimentação de carne bovina brasileira sendo a responsável por 52,5% das exportações. Nos dois primeiros meses de 2019, o país importou pelo continente e pela cidade estado de Hong Kong 106.641 toneladas e em 2020 este total subiu para 139.969 toneladas (77.317 toneladas em janeiro e 62.382 em fevereiro). O continente importou 83% a mais do que em 2019 enquanto que Hong Kong diminuiu suas aquisições em 14%. O Chile ocupou o segundo lugar com a importação de 15.907 toneladas (+9,6%). Na terceira classificação vem a Rússia com movimentação de 13.095 toneladas (+56,5%). O Egito ficou em quarto lugar com 11.827 toneladas (-56%) e a Arábia Saudita na quinta posição, com 8.425 tonelada, aumento de 20,6%.
Exportação de produtos alimentícios brasileiros – Atualmente, segundo a pesquisa conjuntural da ABIA – Associação o Brasileira da Indústria de Alimentos – o Brasil é o segundo maior exportador de alimentos industrializados do mundo. A indústria brasileira de alimentos e bebidas registrou um crescimento de 6,7% em faturamento no ano de 2019, em relação a 2018, atingindo R$ 699,9 bilhões, somadas exportações e vendas para o mercado interno, representando 9,6% do PIB. O setor exportou para mais de 180 países.
Dos países que mais importam alimentos industrializados do Brasil, China, Holanda e Hong Kong continuam sendo primeiro, segundo e terceiro colocados, com valores na ordem de US$ 5,3 bilhões, US$ 1,9 bilhão e US$ 1,6 bilhão, respectivamente. A Arábia Saudita importou US$ 1,4 bilhão.
De acordo com ASBIA, o setor de alimentos industrializados cresceu 2,3% em vendas reais ano passado. Em 2020, mantido o cenário de crescimento projetado para o país, as vendas reais da indústria de alimentos têm espaço para crescer ao redor de 3%.
Destino principais das exportações do Brasil
1° lugar – China |
US$ 5,3 bilhões |
2° lugar – Holanda |
US$ 1,9 bilhão |
3° lugar – Hong Kong |
US$ 1,6 bilhão |
4° lugar – Estados Unidos |
US$ 1,5 bilhão |
5° lugar – Arábia Saudita |
US$ 1,4 bilhão |
Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Alimentos
Mercado de cosméticos halal – De acordo com pesquisa realizada pela Grand View Research em 2019, a expectativa é que o segmento de cosméticos halal atinja US$ 52,02 bilhões de dólares até 2025. A população islâmica, maior consumidora destes produtos, está disposta a pagar preços premium pelos produtos certificados. O mercado é um nicho com a presença de grandes e pequenos fabricantes em todo o mundo e é uma grande oportunidade para as empresas brasileiras que desejam expandir suas marcas para os países do Oriente Médio e da Ásia (Malásia, Indonésia, Singapura, Paquistão, Índia e Bangladesh). Fora isso, se um produto possui a certificação halal, significa que ele foi atestado como sendo de alta qualidade e, por conta dessa comprovação, outras comunidades estão começando a fazer uso destas mercadorias, como é caso do Japão, da Coreia do Sul, da China e de outros países, apesar grande maioria dos compradores ainda serem as comunidades muçulmanas.
Cdial Halal – Uma das maiores e importantes certificadoras halal do Brasil – acaba de receber uma das mais importantes certificações: a acreditação do EIAC (Emirates International Accreditation Centre –). “Tivemos a honra de sermos certificados em três normas: GSO 2055-2:2015, OIC/SMIIC 2:2011 e UAE 2055-2:2016 nas categorias: C, D, E e L, que contempla produtos de origem animal e vegetal perecíveis; de indústria química e bioquímica, além dos produtos de longa vida de prateleira”, explica Saifi.
Além desta certificação, a Cdial Halal também é acreditada pelo principal órgão de acreditação do Golfo, o GCC (Governos do Conselho de Cooperação do Golfo) através do GAC. “Somos os únicos na América Latina acreditados pelos principais órgãos oficiais dos Emirados Árabes (EIAC) e do Golfo (GAC), o que nos confere a seriedade e competência nos segmentos que atuamos. São certificações que comprovam que seguimos as rígidas regras e garantimos a excelência e integridade dos produtos e empresas acreditadas”, finaliza.
FONTE: ASSESSORIA LN COMUNICAÇÃO
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