Prática atingiu 214 hectares em 2023; no mesmo período do ano anterior foram 999 hectares
A área afetada pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY) diminuiu 78,51% neste ano, segundo o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), do Ministério da Defesa. Nos primeiros nove meses de 2023, a área atingida pelo garimpo ilegal foi de 214 hectares, enquanto, no mesmo período de 2022, o garimpo ilegal ocupou 999 hectares.
Segundo o Censipam, as informações partem do cruzamento dos dados de diversas fontes: a plataforma Brasil M.A.I.S. (Meio Ambiente Integrado e Seguro), do Ministério da Justiça e Segurança Pública; a plataforma Terra Brasilis, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe); os sistemas de satélites LandSat, Sentinel e CBERS; e imagens de aerolevantamento com apoio das Forças Armadas.
A análise dos dados é realizada por equipes multidisciplinares compostas de geólogos, geógrafos, estatísticos e especialistas em sensoriamento remoto, e a confiabilidade é acima de 95%.
Segundo o ministério, a redução na área atingida mostra que a presença de garimpeiros é, atualmente, residual (se mantém em pequenas áreas na região), apresentando, nos últimos cinco meses, variação média de 4 hectares. As maiores concentrações observadas no início do ano foram desmobilizadas.
Ainda de acordo com a pasta, uma força-tarefa do governo federal para a proteção dos indígenas no norte do país iniciou os trabalhos em janeiro deste ano e conta com a participação da Defesa, por meio das Forças Armadas, e de outros órgãos e agências federais.
Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, foram realizadas 31 operações contra o garimpo ilegal em 2022. Até junho deste ano, as ações têm sido constantes, e 323 acampamentos e 151 balsas garimpeiras já foram destruídos. Além disso, houve o confisco de R$ 2 bilhões dos investigados.
Ainda segundo o ministro, os dados mostram uma consequência positiva em termos ambientais. Ele citou a melhora da qualidade da água em rios como Uraricoera (RR), Macujaí (RR), Couto de Magalhães (RR) e Juami (AM).
De acordo com o Ministério da Defesa, até o momento, já foram detidos 146 garimpeiros e apreendidas 40 toneladas de cassiterita, 1,67 kg de ouro e 808 equipamentos, além da neutralização de acampamentos ilícitos na região da TIY. As ações são realizadas em coordenação com os órgãos de segurança pública.
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