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Frigorífico de peixes inaugurado várias vezes em Rolim de Moura, não possui mais nenhum equipamento

Inaugurado acerca de vinte anos para atender a dezenas de piscicultores da época, onde eclodia uma grande movimentação de parceleiros de Rolim de Moura e também da Zona da Mata, muitos investiram suas parcas economias em construção de represas, prevendo que seus produtos teriam destinação certa e seria valorizado.

Tudo isso ocorreu no início da década de 2000, quando praticamente todos residentes na zona rural, apostaram e tinham já como carro chefe a criação de peixes em cativeiros, com apoio da prefeitura e apoio de técnicos da Emater, onde o projeto era deveras muito alvissareiro para o homem do campo, que acreditou em novas expectativas do município naquela oportunidade, visto, que o café que era sua fonte de renda, por causa dos produtos defensivos e dificuldade de encontrar mão de obra nas adjacências das linhas, os produtores rurais acreditaram cegamente naquilo que poderia ser a fonte principal de renda.

Foto: Fernando Garcia

O que mais chama atenção desse projeto, é que durante todo essa articulação em torno da construção e inauguração do Frigorífico de Peixes, em Rolim de Moura, dois Ministros de Estado, se fizeram presentes no município, pois todos os detalhes colhidos em Brasília, era de que a capital da Zona da Mata, era um ponto estratégico para abarcar outras cidades e recepcionar todo o pescado da região, onde o primeiro Ministro a visitar o município foi o ex-deputado federal, José Fritsch, que de cara aprovou e elogiou as estruturas do Frigorífico Municipal, mas que também teria capacidade para atender os municípios circunvizinhos, como Alta Floresta, Santa Luzia, Novo Horizonte e Castanheiras.

Quando o então prefeito Ivo Cassol, se elegeu ao governo do estado, implantou em sua administração o Programa Hora Máquina, que consistia em doar certas horas para que todos os sitiantes pudessem construir represas para criação de peixes em cativeiros, com predominância para o Tambaqui e Pirarucú, peixes que tinham destsinos certo para cidades do Mato Grosso e até mesmo para Manaus. Toda essa logística ainda era no governo do presidente Lula, que contribui de forma satisfatória para o grande projeto. Depois da visita do Ministro José Fristch, Rolim de Moura e Alta Floresta, foram consagradas com a presença do também Ministro da Pesca, o veterinário Dr. Altemir Gregolim, uma simpatia de pessoa que logo se misturou em meio ao povaréu e, logo se familiarizando com todos. Altemir Gregolim, tinha seus pais que moravam em Alta Floresta, e uma caravana de criadores de peixes de Rolim de Moura, compareceram em grande número para também felicitá-lo por sua presença na região, sendo calorosamente aplaudido e, um almoço foi servido à base de peixes foi para dezenas de pessoas que compareceram.

Foto: Fernando Garcia

O Frigorífico de Peixes, foi inaugurado com toda estrutura para atender o homem do campo, infelizmente, ao longo de várias gestões catastróficas municipal, começou então pesadelo daquilo que era para continuar dando certo, causou efeito contrário sendo hoje, um casarão abandonado dentro de dois alqueires de terra, e todo o maquinário desapareceu e ninguém sabe explicar certamente onde foi parar tantos implementos, que na época custaram muito caro para o município de Rolim de Moura.

Dentro do casarão que possui uns cinco banheiros na época de excelente qualidade, até os vasos sanitários e pias foram surrupiadas, parte do forro e do relógio de energia com suas chaves também pelo jeito foram arrancados e um pé de jaca com uns seis metros de altura nasceu dentro das estruturas do casarão, que serve de morada para marimbondos e muitos morcegos. Um vizinho afirmou que já virou rotina finais de semana, o local servir de motel e altas baladas com sonorização de elevada potência e consumo de bebidas até madrugada adentro.

Foto: Fernando Garcia

Num levantamento feito com pessoas da área de agricultura e piscicultura, garantiu que hoje se torna inviável reestruturar o Frigorífico de Peixes, uma vez que novos empecilhos existem, citando ele como exemplo, o SIF, Sistema de Inspeção Federal, que é de controle do Ministério da Agricultura, Pecuária e abastecimento do Brasil, que avalia a qualidade na produção de alimentos de origem, ressaltando que o pequeno trecho de mais de um quilômetro da R0 010 até o frigorífico, exigem que seja asfaltado e a parte interna a mesma coisa, no mínimo totalmente bloqueteada. Além do mais, quando foi construído não tinha as burocracias de hoje, que não aceita o lançamento de resíduos dentro do rio, piorando mais, porque hoje além das Licenças Ambientais, ainda temos as instalações de captações das águas para abastecimento da cidade. A reportagem do JFM, conseguiu localizar apenas um equipamento do “finado frigorífico de peixe”, que foi uma descamadora de peixe, no almoxarife municipal, mesmo assim , retirado o motor ficando sem serventia nenhuma e, os demais equipamentos que gera em torno de vinte poucos instrumentos de funcionalidade, provavelmente foram surrupiados.

Foto: Fernando Garcia

Só para se ter uma ideia dos prejuízos, estima-se , que hoje seria nada menos que seis milhões para soerguer o Frigorífico Fantasma, que por falta de cuidados da maioria dos gestores tudo sucumbiu, quando poderiam fazer escalas para vigiar o bem público, abandonaram e não quiseram zelar daquilo que pertence ao povo.

Só para fazer um demonstrativo dos valores dos maquinários comprados acerca de quinze anos atrás, podemos observar quanto custaria hoje, somente uns quatro itens. Fábrica de gelo em escamas produção, Cem Mil Reais, Mesa com calhas para filetagem de pescado, Vinte e Sete Mil Reais, cilindro de lavagem de pescado, máquina de aço inoxidável Trinta e Oito Mil Reais, túnel de congelamento rápido para peixes, Sessenta e Dois Mil e quinhentos Reais, embaladora a vácuo completa automática em aço inoxidável, Trinta e Seis Mil Reais, fabricação de gelo em escama com câmara para armazenamento, cinquenta e Oito Mil Reais, câmara de resfriado completa com duas portas frigoríficas , Sessenta e Nove Mil Reais, Máquina para tirar pele mod. tampos rolos Cinquenta e Seis Mil Reais.

Foto: Fernando Garcia

A maioria dos itens variam de Quatorze Mil e Quinze Mil Reais. Valor total chega a casa de quase Seiscentos Mil Reais, em valores de quase 15 anos atrás, portanto, se comprados hoje estariam bastante elevados os preços, afinal já se passaram uma década e meia e ninguém até hoje prestou conta ou fez qualquer relatório o que realmente aconteceu, esperamos que os vereadores possam buscar as devidas  informações, bem como o município fazer um levantamento e explicar para a sociedade quem cometeu as falhas, ou então que entre o Ministério Público, em ação, para que os responsáveis possam se defender.        

AUTOR/FONTE: FERNANDO GARCIA – JORNAL FOLHA DA MATA

FOTO CRÉDITO: FERNANDO GARCIA

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