Ex-ministro de Lula, protagonista do sequestro do embaixador Elbrick, diz que erro de avaliação levou Jango a não resistir ao golpe, na esperança de que se tratava de um movimento efêmero
Protagonista de um dos episódios mais marcantes da resistência à ditadura – o sequestro do embaixador norte-americano, Charles Burke Elbrick –, o jornalista Franklin Martins tinha apenas 18 anos quando se engajou na luta contra o regime militar. Ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele foi obrigado na época a se exilar em Cuba, Chile e França. Passou períodos na clandestinidade e articulou movimentos de esquerda contrários ao regime ditatorial instalado pelos militares com apoio da direita conservadora.
Passados 50 anos do golpe que na noite do dia 31 de março de 1964 mudaria os rumos políticos do Brasil, Franklin cobra um gesto contundente do Exército: “As Forças Armadas devem um pedido formal de desculpas ao país.”
O ex-ministro defende uma mudança profunda na formação dos militares brasileiros para que eles passem a enxergar que o que ocorreu no Brasil foi um golpe e não uma revolução. Desta forma, defende o jornalista, as Forças Armadas se tornariam mais integradas à sociedade, atuando permanentemente subordinadas ao poder civil. “As Forças Armadas não podem continuar nas academias com currículos que tratam o golpe de 64 como uma revolução libertadora”, critica ele. “Instituições de Estado não podem ir contra a democracia”, disse em entrevista aoiG.
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