Polícia dos EUA prendeu 13 pessoas acusadas de tramar atentados contra a governadora Gretchen Whitmer e outras autoridades do estado antes das eleições presidenciais de novembro. Se condenados, os integrantes do grupo podem pegar prisão perpétua.
O FBI (polícia federal dos Estados Unidos) anunciou nesta quinta-feira (8) a prisão de 13 pessoas envolvidas em milícias armadas que planejavam sequestrar a governadora do estado de Michigan, a democrata Gretchen Whitmer.
Um dos planos desmontados também pretendia invadir a sede do governo estadual e as casas de autoridades locais.
De acordo com o inquérito policial, o grupo tinha características de uma milícia armada: eles planejaram a ação durante meses, com treinamento e compra de armas. Os acusados pretendiam também “instigar uma guerra civil”, segundo a procuradora-geral de Michigan, Dana Nassel.
Primeiro, as autoridades dos EUA anunciaram a prisão de seis acusados na noite de quarta-feira — data em que eles planejavam se encontrar para pagar os explosivos que seriam usados na ação contra a governadora, informou o FBI.
Esse grupo planejava sequestrar Whitmer de dentro de uma casa de veraneio da democrata. Segundo o inquérito do FBI, os acusados queriam tirar a governadora do cargo por ela ter “poderes sem controle”. O plano envolvia, ainda, um “julgamento por traição” contra a democrata.
Depois, na tarde desta quinta, a polícia anunciou que outras sete pessoas foram presas por um complô que planejava invadir a sede do governo de Michigan e sequestrar autoridades, inclusive a governadora.
Possibilidade de prisão perpétua
Autoridades locais disseram que, se condenados, os integrantes dessas milícias podem pegar prisão perpétua. Ainda segundo a investigação, eles planejavam o ataque para antes de 3 de novembro — data das eleições presidenciais americanas.
Em pronunciamento na tarde desta quinta, a governadora Whitmer comentou o plano contra ela. “Eu sabia que este trabalho seria difícil, mas vou ser honesta: eu jamais poderia imaginar algo assim”, afirmou.
A democrata também culpou a retórica do presidente Donald Trump e citou o debate da semana passada. Na ocasião, o republicano disse que o grupo supremacista branco Proud Boys, envolvido em protestos racistas, deveria “recuar e ficar na sua” — sem condenar explicitamente a facção
“Grupos de ódio ouviram as palavras do presidente não como uma condenação, mas como um chamado”, afirmou Whitmer.
‘Extremistas violentos’
Para o procurador Andrew Binge, o grupo que planejou o sequestro é formado por “extremistas violentos”.
Outro procurador, Matthew Schneider, também repudiou a violência.
“Todos nós aqui em Michigan podemos discordar sobre política, mas essas discordâncias não podem nunca, jamais, chegar à violência”, disse Schneider, segundo a agência Associated Press.
Medidas contra pandemia geraram protestos
Whitmer adotou em abril, com apoio de parlamentares democratas, medidas de isolamento para conter o avanço do novo coronavírus no estado em um momento de alta nos contágios nos Estados Unidos. Com uma sociedade dividida, parte elogiou as decisões da governadora, mas outros habitantes protestaram contra a paralisação de atividades e restrições à circulação.
Em 30 de abril, centenas de manifestantes — alguns armados com fuzis — protestaram dentro do Capitólio de Michigan contra as medidas de isolamento apoiadas pelo governo democrata. De acordo com a emissora NBC, a legislação estadual permite que as pessoas carreguem armas de fogo desde que o portador mantenha o armamento visível.
Alguns dos manifestantes usavam placas e símbolos favoráveis ao presidente dos EUA, Donald Trump. Ele, porém, ainda defendia à época medidas de isolamento social contra a Covid-19 — posicionamento que contrasta com as recentes declarações do republicano, que pede que as pessoas retornem às atividades.
FONTE: G1.COM
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