De saída, o diretor de comunicações Elliot Schrage assumiu a culpa pela contratação e eximiu Mark Zuckerberg de culpa.
O Facebook confirmou a contratação da companhia de relações públicas Definers, vinculada ao partido Republicano nos Estados Unidos, no ano passado para investigar críticos públicos da rede social.
O caso foi reportado pelo jornal “The New York Times” na semana passada, e foi confirmado pelo diretor de comunicações e políticas públicas Elliot Schrage, que está deixando a rede social.
Em comunicado, Schrage eximiu Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, e Sheryl Sandberg, vice-presidente de operações, de culpa e negou que ambos estivessem a par dos negócios feitos com a Definers. “A responsabilidade por essas decisões está com a liderança do time de comunicações”, escreveu.
A Definers teria sido contratada para procurar informações sobre senadores que interrogariam Sandberg antes de ela prestar depoimento ao Congresso em setembro. A nota afirma que teria sido irresponsável “não entender os antecedentes e potenciais conflitos de interesse dos nossos críticos”.
Investigação de Soros
O bilionário George Soros, que disse em janeiro último durante o Fórum Econômico de Davos que o Facebook é “uma ameaça à sociedade”, também está na lista de pessoas que foram investigadas. “Nós não havíamos ouvido esse tipo de crítica vindo dele antes, e queríamos checar se não havia algum tipo de motivação financeira”, disse Schrage sobre Soros.
Schrage afirma que quando a campanha para saída do Facebook surgiu, a Definers investigou os grupos que estavam agindo por trás do movimento. “Eles descobriram que George Soros estava financiando diversos membros dessa coalizão e preparam documentos para a imprensa para mostrar que não se tratava de um movimento espontâneo”.
Essas informações sobre Soros levaram a críticas contra o Facebook, a respeito de anti-semitismo — o investidor é um frequente alvo desse tipo de discriminação. Em nota, Sandberg negou esse intuito. “Eu também quero enfatizar que nunca foi a intenção participar de qualquer campanha anti-semita contra Soros ou qualquer outra pessoa”, disse.
Em uma entrevista à rede de TV “CNN”, Zuckerberg negou conhecimento sobre o caso. “Eu descobri isso lendo a matéria também”, disse.
Depois que a reportagem do “The New York Times” foi publicada o Facebook demitiu a Definers. Segundo o comunicado, disponível na página de imprensa da empresa, a equipe jurídica do Facebook está investigando o trabalho com esse tipo de consultores. Schrage negou expressamente ter usado o trabalho da Definers para produzir boatos ou notícias falsas.
FONTE: G1.COM
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