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Europa sobe nível de alerta após Suécia detectar variante mais perigosa do vírus MPOX

Surgimento de uma nova cepa na República Democrática do Congo preocupa autoridades sanitárias em todo o mundo

O ECDC (Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças) elevou o nível de alerta no continente após a Suécia identificar um caso de mpox (anteriormente chamada de varíola do macaco) causado por uma variante considerada mais perigosa do vírus. O órgão, contudo, afirma que a probabilidade de uma transmissão sustentada da doença na região permanece baixa.

“Como resultado da rápida disseminação deste surto na África, o ECDC aumentou o nível de risco para a população em geral na UE/EEE [União Europeia/Espaço Econômico Europeu] e para os viajantes às áreas afetadas. Devido aos laços estreitos entre a Europa e a África, devemos estar preparados para mais casos importados do clado 1″, afirmou nesta sexta-feira (16) a diretora do ECDC, Pamela Rendi-Wagner.

O clado 1 citado pela diretora do órgão europeu é responsável por casos endêmicos de mpox na República Democrática do Congo. Essa variante do vírus é classificada por especialistas como mais virulenta e letal do que o clado 2 (África ocidental), que foi responsável por um surto global em 2022.

Desde o ano passado, houve uma mutação do clado 1, chamada de 1b, que é associada a um aumento sem precedentes de pessoas infectadas na República Democrática do Congo e em quatro países vizinhos que não haviam registrado a doença antes: Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda.

Na República Democrática do Congo, o número de casos relatados neste ano já excedeu o total do ano passado, com mais de 15,6 mil diagnósticos e 537 mortes. Especialistas avaliam que o número pode ser muito maior devido ao grande número de pessoas com sintomas de mpox que não realizaram teste.

O cenário no centro da África fez com que a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretasse uma emergência de saúde pública de interesse internacional, na quarta-feira (14).

Na quinta-feira (15), a Agência de Saúde Pública da Suécia notificou o primeiro caso confirmado de uma pessoa com mpox causada pela nova variante. O paciente viajou recentemente à África e procurou um hospital sueco recentemente com sintomas da doença.

O ECDC avalia que mais casos como o da Suécia, importados, possam ocorrer nas próximas semanas.

“O surto na África é diferente do surto global do clado 2b do MPXV [vírus causador da mpox] que ocorreu em 2022 e que continua a circular em níveis baixos na Europa e globalmente”, pondera o ECDC.

O que é a mpox

A mpox é uma doença zoonótica causada pelo vírus de mesmo nome, pertencente à família do vírus da varíola humana. É transmitida principalmente por contato direto com lesões na pele, fluidos corporais, ou objetos contaminados, como roupas de cama. A transmissão também pode ocorrer por meio de gotículas respiratórias durante contato prolongado face a face.

Embora inicialmente descoberta em macacos, a mpox é mais frequentemente transmitida a partir de roedores selvagens para humanos, especialmente em áreas rurais da África central e ocidental.

Em 2022, pela primeira vez desde que o vírus foi identificado, houve um surto global de mpox, afetando principalmente países da Europa e Américas. O Brasil chegou a ser o segundo local com o maior número de casos.

Os sintomas da mpox incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, linfonodos inchados e uma erupção cutânea característica que evolui para lesões semelhantes a pústulas.

A maioria dos casos são leves, mas complicações podem ocorrer, especialmente em pessoas imunocomprometidas. O tratamento é principalmente sintomático, focando no alívio dos sintomas e prevenção de complicações.

Há uma vacina disponível, a Jynneos, que pode ser aplicada inclusive após a exposição, antes do desenvolvimento dos sintomas. A disponibilidade mundial do imunizante, porém, ainda é limitada.

Mpox no Brasil

O Ministério da Saúde contabilizou 709 casos de mpox neste ano, dos quais pelo menos 315 foram registrados em São Paulo, estado que viu crescer em 258% o número de infectados entre janeiro e julho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023.

Diante da emergência global, o ministério criou um comitê de monitoramento do cenário epidemiológico. A ministra Nísia Trindade afirmou que “não há motivo de alarme, mas de alerta”.

FONTE: R7.COM

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