Segundo chefe da diplomacia americana, houve uma clara intenção de destruir a minoria muçulmana no país asiático
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, declarou oficialmente nesta segunda-feira (21) que os ataques do exército de Mianmar contra os rohingyas em 2016 e 2017 foram um “genocídio”, com a “clara intenção” de destruir esta minoria muçulmana.
“Eu determinei que membros das Forças Armadas birmanesas cometeram genocídio e crimes contra a humanidade contra os rohingyas”, disse Blinken.
As evidências mostram um “clara intenção por trás das atrocidades em massa: a intenção de destruir os rohingyas, em sua totalidade ou em parte”, declarou no Museu Memorial do Holocausto em Washington.
O secretário de Estado fez o anúncio durante uma visita ao Museu do Holocausto em Washington, que apresenta uma exposição chamada “O caminho de Mianmar para o genocídio”.
“O ataque contra os rohingyas foi generalizado e sistemático, o que é crucial para chegar a uma determinação de crimes contra a humanidade”, insistiu.
Blinken afirmou que esta é a oitava vez desde o Holocausto que os Estados Unidos reconhecem oficialmente a existência de genocídio.
Para isso, se baseou “em uma análise dos fatos e do direito realizada pelo Departamento de Estado”, junto a “uma série de fontes independentes e imparciais, além da nossa própria investigação”, disse Blinken.
Ele cita particularmente um relatório da diplomacia americana de 2018, que se concentra em dois períodos, o primeiro a partir de outubro de 2016 e o segundo a partir de agosto de 2017.
“Em ambos os casos, o exército (birmanês) usou as mesmas técnicas para mirar nos rohingyas: cidades apagadas do mapa, assassinatos, estupros, torturas”, listou Blinken.
O secretário de Estado estimou que os ataques de 2016 “obrigaram cerca de 100.000” membros desta minoria muçulmana apátrida a fugir para Bangladesh e que os ataques de 2017 “mataram mais de 9.000 rohingyas e obrigaram mais de 740.000 deles a buscar refúgio” nesse país vizinho.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia, principal instância judicial da ONU, abriu um processo por genocídio por esses eventos.
FONTE: AFP
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