Unidade realiza atendimentos de Guajará-Mirim até Pimenteiras do Oeste. Diagnóstico mostra maiores incidências de patologias nas comunidades ribeirinhas.
unidade de saúde Fluvial Walter Bártolo diagnosticou, através de estudos, que boa parte das incidências de doenças nas comunidades ribeirinhas entre Guajará-Mirim (RO) e Pimenteiras do Oeste (RO) estão sendo causadas pela falta de saneamento básico e o consumo de água não potável.
A equipe de saúde chegou a esta conclusão depois de visitar várias comunidades ribeirinhas, entre agosto de 2016 e março de 2017, quando ocorreu a última viagem de atendimento na região de fronteira com a Bolívia.
De acordo a coordenação do barco hospital, que atualmente está atracado às margens do Rio Mamoré, em Guajará-Mirim, as maiores vítimas das doenças são ribeirinhos, quilombolas e indígenas.
Durante os atendimentos realizados, foi identificado que as patologias que mais afetam os pacientes são as de tratamento simples, porém são mais comuns a parasitose, diarreia, dores estomacais, gripes e também há muitos casos de doenças respiratórias.
Diagnóstico
Em entrevista ao G1, a coordenadora do Walter Bártolo, Alessandra Costa, disse que a unidade foi inaugurada no dia 16 de agosto de 2016 e até agora realizou quatro viagens, uma delas até Pimenteiras do Oeste.
No total, foram atendidos cerca de 4 mil pessoas e realizados mais de 20 mil procedimentos nas áreas de saúde e social, isso levando em consideração que cada paciente pode receber até mais de dez procedimentos em diversas áreas durante a consulta.
Segundo Alessandra, dos 4 mil pacientes atendidos, pelo menos a metade deles apresentou os sintomas das patologias, além de outros casos como a hepatite e pneumonia, porém doenças como a dengue e malária não foram identificadas em grande quantidade, o que se torna um fator positivo no diagnóstico.
“Notamos que as comunidades sofrem com as patologias diretamente ligadas com a falta do saneamento básico. Com isso, concluímos que o consumo de água não potável é o principal fator para a causa dessas patologias, porque em muitos locais notamos que a população faz as necessidades fisiológicas perto da água e depois consome essa água, isso acaba afetando diretamente a saúde deles”, analisa a servidora.
Solução para o problema da água
Diante do diagnóstico do consumo de água não potável nas comunidades atendidas, a coordenação do barco hospital solicitou à Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa) 100 caixas de hipoclorito de sódio, que serão distribuídas na próxima viagem.
“Uma agente de saúde vai fazer palestras sobre informações de higiene, meio ambiente, lixo e a conscientização da limpeza às margens do rio. Além disso, um técnico vai explicar como utilizar o hipoclorito dentro de casa, pois geralmente os moradores possuem reservatórios”, explicou Alessandra.
Ainda de acordo com a coordenação do barco, a próxima viagem está prevista para a segunda quinzena deste mês.
A tripulação é formada por 40 pessoas, que são divididas em equipes de atuação nas áreas da saúde, apoio, justiça rápida, assistência social, documentação e criminalística.
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