A organização terrorista do “Estado Islâmico” (EI) publicou um vídeo na internet, nesta terça-feira (20/01), afirmando mostrar dois prisioneiros japoneses e ameaçando matá-los a menos que o valor de resgate de 200 milhões de dólares seja pago.
Um homem vestido de preto e com uma faca na mão aparece junto de dois outros, ajoelhados e vestindo roupas laranjas. O terrorista pede que a opinião pública japonesa pressione o governo local a parar com o apoio “tolo” à coalizão internacional, que trava uma campanha militar contra o “Estado Islâmico”.
No vídeo, os dois homens são chamados de como Haruna Yukawa e Kenji Goto. Em Tóquio, o Ministério das Relações Exteriores anunciou que estava verificando a veracidade do material. Goto é um jornalista freelancer e escreveu livros sobre aids e crianças em zonas de guerra do Afeganistão à África.
Goto ajudou Yukawa a viajar para o Iraque no ano passado. Yukawa, de 43 anos, viajou ao Oriente Médio depois de dizer a amigos e familiares que esta seria a última chance de mudar de vida. Ao longo da década anterior, ele perdeu um negócio por falência, viu sua esposa morrer de câncer e se tornou um sem-teto, segundo contou seu pai em relato à imprensa janponesa.
O vídeo não foi datado, porém, em uma visita ao Cairo, em 17 de janeiro, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, prometeu 200 milhões de dólares em assistência não militar para países que lutam contra o EI.
Abe, que nesta terça-feira esteve em Jerusalém, última etapa de uma turnê de seis dias no Oriente Médio, afirmou que a ameaça do “Estado Islâmico” em matar os dois supostos presos japoneses é “inaceitável”.
“Estou extremamente indignado com tal ato. Exigimos fortemente a liberação dos cidadãos japoneses ilesos”, disse Abe. “A comunidade internacional precisa responder com firmeza e coopera sem sucumbir ao terrorismo.”
O premiê japonês, no entanto, garantiu que, apesar da ameaça do EI, a ajuda será paga conforme prometido. “Esta postura [vídeo do EI] não vai mudar nada”, disse ele, ressaltando que o dinheiro era para ajudar deslocados e desabrigados devido aos conflitos no Iraque e na Síria.
Fonte: DW noticias
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