Na semana anterior, o CMSE havia reconhecido a gravidade da seca na Região Norte do Brasil, com a possibilidade de impacto no fornecimento de energia elétrica aos estados do Acre e Rondônia. A situação na Bacia do Rio Madeira é particularmente preocupante.
De acordo com o site Rede Brasil Atual, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) anunciou oficialmente nesta terça-feira (10) uma situação de escassez crítica dos recursos hídricos no Rio Madeira, localizado na Amazônia. A declaração, com validade até 30 de novembro de 2023, foi publicada em portaria no Diário Oficial da União e foi baseada nas recomendações do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE).
Na semana anterior, o CMSE havia reconhecido a gravidade da seca na Região Norte do Brasil, com a possibilidade de impacto no fornecimento de energia elétrica aos estados do Acre e Rondônia. A situação na Bacia do Rio Madeira é particularmente preocupante.
Segundo informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o mês de setembro foi marcado por uma escassez de chuvas na bacia Amazônica, o que resultou na paralisação de máquinas na usina hidrelétrica Santo Antônio em 1º de outubro.
A ANA informou que nas três principais estações fluviométricas do Rio Madeira, os níveis estão abaixo da média em 95% das medições. Além disso, na estação de Porto Velho, localizada em Rondônia, o nível do rio atingiu o seu ponto mais baixo em 56 anos.
O Rio Madeira é essencial para a subsistência das comunidades que vivem em suas margens, e também é uma importante rota de transporte na região, integrando o chamado Corredor Logístico Norte. A hidrovia do Madeira é a segunda mais relevante na região Norte, passando por 11 municípios, sendo oito deles no estado do Amazonas e três em Rondônia. Apenas a hidrovia do rio Amazonas a supera em importância, uma vez que o Madeira é um dos seus principais afluentes na margem direita.
Relatos apontam que o nível da água no rio Amazonas está diminuindo cerca de 13 a 14 centímetros diariamente, um fenômeno considerado abaixo da normalidade. Isso tem causado a desaparição de rios e igarapés, alterando significativamente a paisagem.
A perspectiva para a situação não é otimista, com previsões indicando atrasos no início das chuvas e uma época chuvosa mais seca do que o usual. Isso pode resultar não apenas em um agravamento da seca neste ano, mas também em níveis baixos em 2024, de acordo com especialistas como Philip Martin Fearnside, renomado cientista da Amazônia e co-vencedor do Prêmio Nobel da Paz com a equipe do IPCC em 2007. O estado do Amazonas já declarou “emergência ambiental” em 55 dos 62 municípios desde 30 de setembro, de acordo com a Defesa Civil.
FONTE: RONDONIADINAMICA.COM
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