A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia ouviu, nesta terça-feira (18.5), o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Durante a oitiva, o senador Marcos Rogério (DEM-RO), membro titular da CPI e também vice-líder do Governo no Congresso, questionou o ex-chanceler a respeito da relação do Brasil com a China, especialmente nos processos de compras de equipamentos e insumos para vacinas contra a Covid-19. “Em algum momento, durante o tempo em que ficou à frente do Ministério, o senhor presenciou ou tomou conhecimento de alguma orientação do presidente Bolsonaro ou do ministro da Saúde para rejeitar parcerias internacionais, especialmente da China, quanto a aquisição de insumos para produção de vacinas?”, perguntou o senador.
Em resposta, Ernesto Araújo negou impasse com governo chinês para compra do IFA, principal insumo para a fabricação de imunizantes contra o coronavírus. “Não recebi nenhuma orientação para negar qualquer tipo de parceria com a China. O Itamaraty acompanhou todo o processo burocrático de liberação das exportações de insumos de vacinas. E jamais foi identificada nenhuma correlação entre o atraso que houve e qualquer atuação da minha parte ou qualquer elemento político, digamos assim, oriundo do governo brasileiro.”, afirmou o ex-ministro. “A China, por suas autoridades, já nos informou, inclusive publicamente, que o Brasil é o país que mais recebeu insumos e vacinas produzidos por eles”, concluiu.
CPI não pode ter investigado favorito
Ainda durante a reunião, o senador Marcos Rogério disse que membros da oposição insistem em desviar o foco das investigações e querem transformar a Comissão na “CPI da Cortina de Fumaça”. “Percebe-se claramente que o objeto desta CPI vem se transformando, a cada dia, em CPI da Cloroquina, CPI da Carta da Pfizer, CPI do Gabinete Paralelo. Em resumo, CPI da Cortina de Fumaça”, criticou o parlamentar rondoniense.
De acordo com Marcos Rogério, em governos anteriores a CPI estaria investigando propina e desvio de recursos. E voltou a solicitar que o colegiado comece a investigar o uso de verbas federais repassadas pela União aos entes federados para o combate a pandemia “Como muitos aqui não querem ir atrás de recursos que, segundo a Polícia Federal, eram desviados nos estados e municípios, ficam gastando dias e dias para discutir questões triviais. Uma grande cortina de fumaça, enquanto o tempo vai passando e deixa-se de investigar os verdadeiros esquemas de corrupção que tenham ocorrido pelo país afora. É bom que se diga que a investigação tem que acontecer no âmbito do Governo federal, no Ministério da Saúde, ninguém está se opondo a isso, mas não pode haver seletividade, blindagem”, finalizou.
FONTE: ASSESSORIA
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