Paulo Cesar Morato era apontado como ‘laranja’ em esquema que envolve campanha de Campos
RIO — O empresário Paulo Cesar de Barros Morato foi encontrado morto na noite desta quarta-feira, em um motel no bairro de Sapucaia, em Olinda, Região Metropolitana do Recife, de acordo com a Polícia Federal. Morato era considerado foragido pela PF desde a terça-feira, quando foi deflagrada a Operação Turbulência.
— Quem vai cuidar da investigação por enquanto é a Polícia Civil. Mas já foi designado um policial federal para acompanhar os trabalhos da perícia. Se for constatado que as circunstâncias da morte têm ligação com a Operação Turbulência, aí Polícia Federal pode entrar nas investigações — afirmou o assessor de comunicação da PF, Giovani Santoro.
Ainda não se sabe a causa da morte de Morato. Procurada, a advogada do empresário, Marcela Moreira Lopes, afirmou que ele já havia tentado suicídio anteriormente.
Um policial civil que participa da ocorrência e prefere não ser identificado contou que o empresário deu entrada sozinho no motel na terça-feira, por volta das 12h30, e que o corpo não tinha marcas de violência. A polícia foi acionada às 19h de quarta-feira. Foi encontrado dinheiro no quarto do empresário, mas o valor ainda não foi quantificado pela polícia.
Na terça-feira, os policiais federais prenderam quatro pessoas — Eduardo Freire Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal e Apolo Santana Vieira, João Carlos Lyra Pessoa Filho. A operação investiga uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro, que pode ter financiado a campanha política do ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014.
INVESTIGAÇÃO INDICA PROPINA
O Ministério Público Federal (MPF) concluiu que o empresário João Carlos Lyra de Melo Filho é o proprietário do avião que caiu em Santos (SP) com Eduardo Campos. O empresário, ainda de acordo com o MPF, entregou propina da empresa Camargo Corrêa a Campos e ao senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).
Segundo inquérito da Polícia Federal, ex-funcionários da construtora reconheceram o empresário como o responsável pelo pagamento do dinheiro ilegal. A PF faz referência a trechos de um inquérito do Supremo Tribunal Federal do ano passado que investiga o desvio de dinheiro público na construção da Refinaria Abreu e Lima. O PSB negou a existência de ato ilícito na campanha de Campos. Bezerra, em nota, afirmou que “são totalmente imprecisas as ilações” do Ministério Público.
Fonte: oglobo
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