Eleições

Em reunião com Léo Moraes, PMs afirmam que rejeição a Marcos Rocha chega a 80% entre a classe

Policiais militares reclamam de discriminação, perseguição e afirmam que a categoria nunca esteve tão desprestigiada

Ao participar de reunião na noite de quinta-feira (28) com soldados, cabos, sargentos e suboficiais da Polícia Militar, da ativa e da reserva remunerada, o pré-candidato ao Governo, Léo Moraes (Podemos) constatou o cenário de decepção que envolve hoje a Corporação. A sensação de descontentamento com a gestão é uma quase unanimidade.

Num encontro em que o pré-candidato pouco falou e mais ouviu, Léo Moraes viu-se diante de um quadro estarrecedor, mas não desanimador. “Vamos pra cima. Se queremos fazer diferente, teremos que enfrentar, de um lado, toda uma máquina de governo com seus milhares de cargos e, de outro, quem tem milhões para despejar na campanha”.

Foram feitas reclamações de todo tipo. Policiais da reserva remunerada, por exemplo, se disseram prejudicados com alteração da lei previdenciária. “Em quase quatro anos não teve consideração e respeito para com a própria casa”, reclamou um.

Um outro policial disse que na eleição de 2018, o atual governo teve cerca de 90% de apoio da categoria. Hoje soma rejeição em torno de 80% dos soldados, praças e cabos na PM e de quase 100% na Polícia Penal, onde já foi o secretário.

Por ser citado como o “governador mais perseguidor” que já passou, a assessoria do pré-candidato Léo Moraes optou por não revelar os nomes dos que se pronunciaram, assim como só registrou imagens dos participantes de costas. Esse estilo perseguidor, a propósito, ajudou a esvaziar a reunião, já que muitos temem represálias.

Um outro policial reclamou de discriminação, em função da diferença de tratamento que é dado aos policiais militares de baixa patente que trabalham nas ruas e o pessoal lotado na Casa Militar. Segundo o relato, o auxílio alimentação para policiais que estão na rua enfrentando bandidos, é de R$ 150, enquanto que os lotados na Casa Militar, que trabalham na burocracia, em salas refrigeradas, é dez vezes mais, ou seja, R$ 1,5 mil.

Segundo Léo Moraes, ele já ouviu muitas reclamações e muitas coisas precisam ser mudadas. “Por exemplo, a inexistência do reconhecimento do mérito e a exigência de idade mínima para promoção. Isso não faz mais sentido nos dias de hoje.

REIVINDICAÇÕES E CARREIRA

Léo Moraes pediu aos policiais para indicarem um integrante para participar do grupo que está elaborando o Plano de Governo. O ex-deputado e pré-candidato a deputado estadual, Jesuíno Boabaid, que foi colega de parlamento de Léo Moraes na Assembleia Legislativa, entregou uma pauta de reivindicações em nome da Associação dos Praças e Familiares de PM e BM.

A tenente Eline Braga, também pré-candidata a deputada estadual, muito conhecida fora da PM pelo forte trabalho social que faz junto às famílias atípicas – pais cujos filhos têm um desenvolvimento que que foge do esperado, do típico, do padrão considerado normal – entregou um documento contendo “proposta de continuação da carreira de praças”.

    

Gato de armazém

Léo Moraes usou a expressão gato de armazém, termo usado para definir uma pessoa que dorme muito, ao se referir ao atual governador. “Nunca comandou nada. Nem um único pelotão. Só viveu enfurnado em cargos burocráticos, pulando de um lugar para outro. É um gato de armazém. Dormiu três anos e agora acordou para disputar a reeleição”

  

FONTE: ASSESSORIA

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