Lira deve fazer uma semana de esforço concentrado em agosto e outra em setembro para deixar deputados livres para pedir votos
Deputados federais e senadores vão aproveitar o período de recesso parlamentar, que começou neste domingo (17) e vai até 1º de agosto, para intensificar as movimentações nas pré-campanhas. Na redes sociais, é possível observar parlamentares em reuniões e eventos frequentes.
É o caso do senador Álvaro Dias (Podemos-PR), que já estava atuando de forma significativa no estado antes do recesso. Ele disputa uma vaga ao Senado contra o ex-ministro da Justiça e ex-aliado Sergio Moro (União Brasil). Outros senadores vão tentar governos estaduais, como Carlos Viana (PL-MG) e Jorginho Mello (PL-SC), que nos últimos meses também intensificaram a atuação nos estados.
Na Câmara dos Deputados, as lideranças também vêm se movimentando de forma significativa. A definição de que um deputado pode votar remotamente no plenário desde que registre presença na casa obriga deputados a ficar em Brasília de terça a quinta-feira.
Com a proximidade das eleições, Lira já sinalizou que fará apenas uma semana de esforço concentrado em agosto e outra em setembro. O presidente comenta com interlocutores a dificuldade de manter quórum suficiente na Câmara em um período tão próximo às eleições. O objetivo de Lira é manter a mesma regra (possibilidade de votação remota quando se registra a presença), mas os deputados já têm pedido ao presidente para permitir atuação 100% remota.
Vice-líder do PL, capitão Augusto (SP) diz que essa tem sido a demanda de algumas lideranças para que seja possível continuar o empenho na pré-campanha e na campanha. “Todos os parlamentares estão pedindo para o Arthur aliviar, com voto remoto também. Sessão 100% virtual não atrapalha em nada. Quem mora nas capitais ainda consegue voo direto para Brasília. Mas quem fica nos interiores, como eu, perde um dia para ir e outro para voltar de Brasília”, disse.
O deputado ressalta que a campanha ficou ainda mais curta, e por isso as movimentações intensas precisam começar logo na pré-campanha. A propaganda eleitoral só é permitida a partir do dia 16 de agosto, a menos de dois meses da votação. “Até liberar recurso do partido, contratar empresa, encomendar material, já chegou setembro. Então, esse é o momento de já acertar a base, montar estrutura”, explicou.
O vice-líder do PL ressalta que a movimentação durante o recesso é importante para que se possa deixar tudo alinhado para o início oficial da campanha. De acordo com ele, como houve um período de distanciamento grande devido à pandemia da Covid-19, os parlamentares buscam agora uma proximidade maior com as bases.
“Perdemos dois anos de contato com a população. Temos dois anos de prejuízo. Já foi um ano puxado, com sessão toda semana. Nem Eduardo Cunha [ex-presidente da Câmara] conseguiu segurar os deputados no [nas festas de] São João, e o Lira segurou. Então, é importante uma aliviada para que a gente possa fazer a campanha, que vai ser muito difícil, muito concorrida”, disse. Na semana em questão, em junho, houve sessão deliberativa todos os dias.
Líder da minoria na Câmara, o deputado Alencar Santana (PT-SP) ressaltou que este é um momento de intensificação das campanhas. Os parlamentares atuam não só para a própria reeleição, como também pelos candidatos a governador e a presidente da República.
Santana afirmou que, mesmo com a campanha, a minoria não concorda com um sistema de votação 100% remoto após o recesso. “Somos contra, mesmo com a campanha. Se tiver sessão, queremos que seja presencial. Sessão remota é pedir para a gente apanhar e ele [Lira] aprovar tudo o que quiser”, disse.
FONTE: R7.COM
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