Quem analisa as marchas e contra marchas da política rondoniense sabe que nossa bancada federal está muito longe de ser uma “Brastemp”. Aliás, ela é muito ruim.
RENOVAÇÃO LEGISLATIVA
Ainda estamos a um mês do recesso legislativo e já é possível detectar um número cada vez menor de deputados cumprindo com sua ação parlamentar na sede da Assembleia. Muitos já estão nas trilhas do desespero, procurando garantir votos para renovar o mandato.
As listas de possíveis reeleitos em outubro – que começam a circular no parlamento – já está deixando atônitos os ameaçados de não conseguir a reeleição.
De uma coisa ninguém duvida: este ano a concorrência por cada uma das cadeiras (24) da Assembleia Legislativa será mais forte. E por isso, claro, tem muito deputado com medo da sentença das urnas, que poderá refletir os efeitos dos vários escândalos que, entre outras coisas, levou deputados à cassação, prisão, afastamento e vários processos abertos na Justiça por iniciativa do Ministério Público.
CONCORRÊNCIA
Segundo cálculos de quem manja do riscado, esse ano a concorrência pode ser de mais de 25 candidatos para uma das 24 cadeiras em disputa. A constatação dessa aritmética tem levado deputados a “fazer as contas” dos votos dos principais concorrentes, para avaliarem suas próprias chances.
Alguns deputados estão conscientes da derrota anunciada da reeleição. Estes já estão na lista dos que deixarão a Assembleia (alguns tentarão a sorte em outros cargos, como o de deputado federal), mas colocarão algum familiar para disputar a vaga de estadual, na esperança de manter a vitaliciedade na influência do legislativo.
Pelo menos 15% da bancada dessa legislatura fala em disputar cargos na Câmara dos Deputados, Senado e até no Governo.
COLIGAÇÕES
Aqueles personagens que são deputados hoje, mas não souberam conquistar apoio político e nem tem dinheiro para a garantia de uma vitória, dependem de outras saídas, como a composição com terceiros.
Para garantir uma vaga na Assembleia a legenda terá de obter aproximadamente 40 mil votos, o que, isoladamente, não é nada fácil de um só candidato alcançar, apesar das exceções, quase sempre raríssimas. Aliás, em se tratando de candidato a estadual, político que não for adota, por exemplo, por um eleitorado como o de Porto Velho, não tem a menor possibilidade de se eleger sem depender das coligações.
NA CÂMARA
Quem analisa as marchas e contra marchas da política rondoniense sabe que nossa bancada federal está muito longe de ser uma “Brastemp”. Aliás, ela é muito ruim. Esse o motivo porque demandas rondonienses são sempre escamoteadas pelo governo federal ou jogadas para as calendas, como é o caso da “Transposição” dos servidores, da suspensão e auditagem da dívida do Beron, etc.
No caso da “transposição” há uma lei federal que o governo resiste a cumprir logo. Aliás, por justiça, esse assunto voltou com força à pauta da bancada com a assunção de Amir Lando à cadeira que era ocupada por Natan Donadon, hoje na penitenciária da Papuda. Amir mais do que ninguém está se empenhando para tornar realidade o direito à transposição de servidores rondonienses para a folha do governo federal.
Mas na composição da Câmara Federal a renovação esperada com as eleições de outubro será de índice menor. O quadro não é favorável à renovação, especialmente pelo alto coeficiente eleitoral, em torno de 110 mil votos. Vale dizer que quem não estiver numa excelente coligação poderá tirar o cavalo da chuva.
MAJORITÁRIA
O fato de não estar ainda delineado o quadro da disputa majoritária serve para animar alguns dos atuais detentores de mandato proporcional com poucas chances de reeleição. É que eles apostam no milagre das alianças partidárias feitas com o objetivo de ajudar os ameaçados de derrota, quando se trata da disputa por vaga nos legislativos.
Há o reverso da moeda. A indefinição da disputa majoritária acontece principalmente pelos entraves dos mais importantes postulantes diante da Justiça. Enquanto não se tiver certeza de quem estará na corrida sucessória, quem sonha com uma cadeira de parlamentar tem de arrefecer os ânimos seguindo em frente de forma cautelosa.
De um modo geral, essa será mais uma semana que vai terminar sem novidades no quadro da sucessão estadual. Como está difícil o entendimento entre os caciques partidários na formação das chapas, parece que só mesmo em junho, quando terão de acontecer as convenções partidárias para a homologação das candidaturas a situação da disputa eleitoral rondoniense será claramente conhecida.
TRIBUTOS
Um grupo de advogados tributaristas de Rondônia criou, nesta semana, o Instituto de Direito Tributário de Rondônia – IDETRO. O instituto nasce com a missão de estudar, difundir e aplicar os princípios e métodos de Direito Tributário. Segundo os idealizadores, o trabalho da entidade visa promover também a integração dos legisladores, dos administradores públicos e de todos os que, vinculados aos poderes públicos, concorram para a imposição e arrecadação de tributos. A nova instituição é presidida por Breno de Paula.
DO MONTEZUMA
Agora, com o fim da cheia, diz o jornalista Montezuma: “Você, eu, eles, nós queremos saber: passada a cheia histórica, o que deve ser feito para evitar desastre tão grande ao longo do Rio Madeira e de seus principais afluentes”. Interessados nessa questão devem acompanhar evento marcado para o dia 20 na seccional da OAB em Porto Velho.
SIMANCOL
Está ficando difícil de aguentar. Aonde a gente vai (supermercados, barbeiros, e até filas de lotéricas) aparece uma figura dizendo que é candidato a deputado estadual. E dá-lhe a pedir voto, a pedir apoio. Para não contrariar, a gente concorda. Será que esses pseudocandidatos e candidatas acham que é fácil, assim? Cair na real não custa nada e, ainda, evita vexames futuros.
QUEM
Se Expedito Júnior não conseguir homologar sua pretensa candidatura ao governo do estado, quem será capaz de provocar um segundo turno enfrentando o candidato a reeleição Confúcio Moura? Resposta para essa pergunta é o que embatuca Ivo Cassol e seu grupo. Consta que eles já descobriram o óbvio: “Maurão de Carvalho não é esse nome”…
PREOCUPAÇÃO
A possibilidade de Odacir Soares retornar ao campo eleitoral para disputar, no mínimo, o Senado já tirou – como disse fonte – a tranquilidade de Acir Gurgacz que estava numa confortável posição de único candidato competitivo na disputa da cadeira senatorial desse ano. Ele, como foi dito, respeita a competência política e o potencial de competitividade do antigo senador.
JUIZO
O deputado Moreira Mendes, presidente do PSD, retomar o juízo e declara à mídia do sul do estado que se depender de seu aval, José Hermínio poderá ser candidato ao cargo que quiser. Disse mais: o PSD quer ir para disputa eleitoral sem divisões. Hermínio é, como se sabe, “o cara” do PSD com capacidade de puxar milhares de votos.
Autor Gessi Taborba
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