Brasil

Em denúncia, MP diz que facção paulista enxergava RJ como ‘grande potência’

Em discurso, facção paulista argumentava que ‘guerra’ deveria ser contra o governo e não entre traficantes. MPRJ denunciou 7 envolvidos.

O Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ denunciou à Justiça sete homens por associação para o crime de tráfico de drogas. Os denunciados têm em comum o recente ingresso em uma facção criminosa com origem em São Paulo. A denúncia foi recebida pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

A denúncia tem por base investigação desenvolvida pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) que identificou a articulação da facção paulista com a facção dominante no Rio de Janeiro, com um objetivo inicial de tomada de territórios no Estado. De acordo com a denúncia, a investigação aponta que a pretensão da facção paulista não era a de adquirir aliados, e sim de expandir seu mercado.

Ainda segundo o documento encaminhado à Justiça, os líderes dessa facção enxergavam o Rio de Janeiro como uma “grande potência” pela quantidade de regiões dominadas pelo tráfico e questionavam a rivalidade entre as três facções atuantes no Estado. “O discurso da facção paulista consiste no argumento de que a ‘guerra’ deve ser contra o governo e não entre traficantes”, aponta trecho do documento.

A denúncia indica, também, que informações fornecidas ao serviço de inteligência da delegacia especializada e os notórios conflitos e homicídios ocorridos dentro da unidades prisionais revelaram que o acordo de paz entre as facções não persiste mais.

Entre os denunciados está Gledson Fernandes da Silva, conhecido como Leo ou Fantasma. De acordo com a denúncia, Gledson é o responsável pelo progresso da facção oriunda de SP no Rio, por meio da captação de novos traficantes. Conhecido como “Geral do Rio de Janeiro”, Gledson contactou os demais denunciados para que migrassem para a facção, todos eles líderes em suas comunidades.

 Também foram denunciados Alexandro Gama Paes, vulgo Loirinho de Rio Bonito, que exercia a liderança do tráfico na comunidade Colina da Primavera, em Rio Bonito; Atila dos Santos Correa, vulgo Preto, líder nas comunidades de Rio das Ostras; Kaio Pires Siqueira, o Dois K, que liderava o tráfico na Praça Cruzeiro, também em Rio Bonito; Ricardo Farias Caldeira, vulgo Baiano ou Coroa, líder em comunidades de Macaé e Barra de São João; e Wallace Anderson Siqueira Teixeira, o Lourinho ou Russo, que é conhecido por liderar o tráfico nas comunidades de Paraíba do Sul e de Saquarema. Todos encontram-se presos atualmente. O último denunciado que está foragido da Justiça é Luis Fernando da Silva Lima, vulgo Gido ou Coroa. Segundo a denúncia, ele é o segundo na hierarquia do tráfico nas comunidades do Complexo do Lins e do Barão, na Capital.
Fonte: G1

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