Mundo

EI destrói mosteiro cristão mais antigo do Iraque

Fotos de satélite mostram complexo de 1.400 anos reduzido a escombros

ERBIL — O mosteiro cristão mais antigo do Iraque foi reduzido a escombros, tornando-se mais uma vítima da destruição implacável do grupo extremista Estado Islâmico (EI). Por 1.400 anos, o complexo sobreviveu a ataques do homem e a fenômenos da natureza, servindo como um centro da comunidade cristã regional, atraindo fieis de toda a região para orar com os seus sacerdotes.

Fotos de satélite mostram que o Mosteiro Santo Elias, na cidade de Mossul, foi completamente destruído, confirmando temores das autoridades religiosas. O complexo foi usado ainda como lugar de culto por soldados americanos.

Abalado, o reverendo Paul Thabit Habib, de 39 anos, olhou para as imagens que mostram o mosteiro de sua cidade natal antes e depois de ser destruído.

— Eu não posso descrever minha tristeza — disse ele. — Nossa história cristã em Mossul está sendo barbaramente destruída. Vemos isso como uma tentativa de nos expulsar do Iraque, eliminando e finalizando a nossa existência nesta terra.

O Estado Islâmico, que rompeu com a al-Qaeda e agora controla grande parte do Iraque e da Síria, matou milhares de civis e forçou a fuga de centenas de milhares de cristãos, ameaçando uma religião que tem resistido na região há dois mil anos.

Ao longo do caminho, seus combatentes destruíram edifícios, ruínas históricas e estruturas culturalmente significativas consideradas contrárias à sua interpretação do Islã.

Agora, o mosteiro juntou-se a uma lista crescente de mais de cem locais religiosos e históricos demolidos, incluindo mesquitas, túmulos, santuários e igrejas na Síria e no Iraque. Os extremistas têm destruído monumentos antigos em Nínive, Palmira e Hatra. Museus e bibliotecas foram saqueados, livros queimados e obras de arte destruídas ou traficadas.

Suzanne Bott, que passou mais de dois anos restaurando o Mosteiro Santo Elias como conselheira cultural do Departamento de Estado dos EUA, no

— O que perdemos é um lembrança muito tangível das raízes de uma religião — lamentou.

A partir da análise das imagens, concluiu-se que o mosteiro foi destruído entre os dias 27 de agosto e 28 de setembro de 2014.

 

 

Fonte: oglobo

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Gomes Oliveira

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