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Egípcio procurado pelos EUA já era investigado pelo Ministério Público Federal

Em coordenação com os Estados Unidos, Ibrahim vinha sendo monitorado pela PF havia cerca de seis meses

Acusado de ligação com terroristas da al-Qaeda e procurado pelo FBI, a polícia federal americana, o egípcio residente no Brasil Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim é alvo de um procedimento investigatório do Ministério Público Federal de São Paulo.  A investigação corre em sigilo e faz parte de uma cooperação internacional com os Estados Unidos. As autoridades brasileiras já tinham conhecimento do caso, que foi aberto antes de o FBI divulgar a foto de Ibrahim no Twitter numa lista de procurados sob suspeita de terrorismo na semana passada.

O egípcio, sua mulher brasileira e até mesmo sua sogra prestaram esclarecimentos nesta segunda-feira a agentes do FBI, acompanhados de procuradores do MPF. Ibrahim se casou com uma brasileira em junho do ano passado num cartório no bairro do Pari, na capital paulista. Ela está grávida de quatro meses.

Em entrevista na última quinta-feira, o egípcio negou as acusações e alegou que é vítima de perseguição política no Egito. Afirmou ainda que apoiava o movimento político ligado ao ex-presidente Mohamed Mursi, que foi eleito durante a Primavera Árabe e acabou deposto do poder pelos militares em 2013. Na sexta, o egípcio foi ouvido pela PF no aeroporto de Guarulhos e reiterou que não tem ligação com grupos terroristas.

— Não sou terrorista. Eu resolvi refazer a minha vida e já estou no Brasil há dois anos casado e trabalhando. Tenho muito medo de ser extraditado porque os dissidentes do governo do meu país são torturados e mortos — afirmou a jornalistas.

Segundo pessoas próximas ao egípcio, Ibrahim já está sendo monitorado pela PF há cerca de seis meses, quando foi abordado numa mesquita de Guarulhos por agentes e teve que prestar esclarecimentos pela primeira vez.

O FBI suspeitaria de uma empresa de turismo aberta por Ibrahim na Turquia, para onde fugiu inicialmente. Lá, ele transportava turistas para a Capadócia e para Istambul, entre outros destinos turísticos. O FBI acredita que ele também levaria suspeitos que iam pra Síria, Afeganistão e outros países onde operam células terroristas.

Além disso, os agentes americanos também teriam encontrado movimentações suspeitas nas contas bancárias de Ibrahim. A defesa alega que a família de Mohamed tinha uma situação financeira confortável no Egito antes de os militares tomarem o poder em 2013. Seriam donos de uma empresa de tecelagem. O egípcio era professor de árabe numa universidade no Cairo.

 

FONTE: O GLOBO

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