MEIO AMBIENTE
Embora a pandemia seja a principal manchete nos veículos de comunicação, seja no Brasil, seja nos demais países, visto que tem ceifado um número assustador de vidas e sem uma vacina que imunize a população contra a Covid-19, os problemas ambientais, em particular na Amazônia, começam a ganhar mais espaço nos noticiários. E assume este papel de importância muito em razão das irresponsabilidades do governo brasileiro no desmonte das estruturas do estado que combatem a depredação da floresta amazônica.
BOQUIRROTO
A fala do ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, naquela fatídica e inesquecível reunião ministerial, apontada pelo ex-ministro Sérgio Moro como motivo de sua demissão do cargo do Ministério da Justiça, revela o desprezo governamental com as políticas ambientas. Pela ética de Salles, a pandemia seria uma ótima oportunidade para o governo mudar toda a legislação ambiental na Amazônia sem a mesma pressão exercida em tempos sem Covid, já que as manchetes dos veículos de comunicação, aqui e alhures, estão voltadas para a pandemia.
VESGO
Com uma visão distorcida da realidade mundial quanto as questões climáticas e ambientais, o ministro do Meio Ambiente brasileiro tem se especializado em puxar o caso da família bolsonarista ao enxergar a preservação da Amazônia como um atraso econômico. Por ele, e a família presidencial, tudo seria desmatado para que o agronegócio pudesse produzir mais alimentos. Esquece que não basta apenas produzir em grande escala para garantir que abasteça o mercador consumidor internacional. Hoje, basta verificar as barreiras comerciais postas, o mercado internacional exige produtos com origem de produção que atente para as compensações ambientais. Cada vez mais é um mercado exigente em relação a forma da produção, quem não percebe esta realidade ou é cego ou vesgo. Ao que parece nosso ministro é acometido por uma das duas deficiências.
FOGUEIRA
O agronegócio, parte essencial em nossa economia, percebeu o problema de visão de Ricardo Salles e tem emitido sinais de que prefere queimar o ministro do cargo do que tocar fogo na floresta amazônica. Outro fator de desgaste do ministro é o excesso de vaidade e, em razão disto, tem sido escanteado sobre os debates internacionais da área. No Brasil, para coordenar um programa menos incendiário destinado a preservação ambiental, o governo preferiu o vice-presidente General Mourão. Salles foi preterido da missão, em razão da vaidade e do alinhamento equivocado sobre a utilização da Amazônia na produção de comodities. Com o período do verão, que coincide com o aumento das queimadas na região, é possível que o ministro vire cinzas na própria fogueira que tem ajudado a erguer. E as manchetes dos noticiosos já começam a relatar este desfecho. A Amazônia agradece.
LOCKDOWN
Duas semanas depois que decidiu incentivar setores empresariais a protestar contra o lockdown decretado pelo prefeito da capital Hildon Chaves – que o fez como forma eficaz de achatar a curva do avanço do coronavírus, o governador coronel Marcos Rocha anunciou que sua esposa Luana e Fernando Máximo, o seu Secretário de Saúde, testaram positivo no coronavírus.
DIFERENÇAS
Pelo boletim médico divulgado, Fernando Máximo encontra-se na UTI em razão do agravamento do quadro respiratório, e a primeira dama estaria se recuperando em casa: deduzimos sob os efeitos dos mesmos medicamentos que o governo distribui nas imediações do Palácio para a população em geral. Já o secretário – bem diferente do prefeito de Vilhena que testado positivo usou a própria rede pública municipal que administra – optou por ficar sob os cuidados de um hospital privado, em Porto Velho.
EXEMPLO
Nada contra a boa rede hospitalar privada da capital, mas seria uma oportunidade para o secretário Máximo testar os leitos públicos do hospital Regina Pacis que adquiriu recentemente, com uma inauguração pomposa que reuniu dezenas pessoas, seguindo o bom exemplo do alcaide de Vilhena. Os profissionais de saúde da rede estadual são tão bem preparados quanto os da rede privada. Já os equipamentos e insumos para o combate à Covid…
REAÇÃO
O prefeito da capital absorveu as críticas calado constatando que o isolamento mais rigoroso é o único meio disponível no momento para conter a escalada do vírus que atinge a todos, inclusive quem a despreza. A reação dos detratores era previsível porque a crise sanitária agravou a econômica e cabe a quem administra o caos optar pela melhor forma de enfrentá-las. O prefeito fez uma opção responsável pela vida, embora parte das pessoas somente entendem esta decisão quando um parente tomba com o vírus, mas a maioria compreende a responsabilidade de um administrador. Pode até sobrar lockdown, desde que falte irresponsabilidade. Infelizmente este substantivo feminino no comércio tem em abundância. A reação ao ato da municipalidade pela vida comprova a vulgarização com as mortes em favor do lucro.
SHOPPING
É um escárnio à população a abertura do shopping neste momento em que se agrava o número de infectados com o corona na capital. É um segmento que tem um consumidor mais abastado e pode muito bem sobreviver à pandemia com vendas on line, drive-thru, delivery etc.. Estamos em um momento atípico com a decretação de calamidade sanitária, algo inimaginável meses atrás, e não adianta justificativas econômicas quando vidas estão sendo expostas à contaminação. São estabelecimentos que possuem capilaridade e seguros contra adversidades. Só a justiça para impedir mais esta irresponsabilidade social.
RAPINAGEM
Mesmo com o adiamento das eleições e com um calendário mais adiante, em respeito à crise sanitária, os pré-candidatos estão com seus respectivos blocos nas ruas anunciando suas candidaturas. Não respeitam nem o momento de dor de dezenas de famílias que perderam seus entes. Cada coisa a seu tempo, e o momento não é favorável à política. Quem não respeita as pessoas não tem condições de administrar uma crise da atual proporção. São aves de rapina.
MEIA BOCA
Os estabelecimentos particulares de ensino de Rondônia alardeiam que fizeram muitos investimentos para realiza aulas remotas, não vêm cumprindo a legislação estadual sobre descontos durante a pandemia e alegam inconstitucionalidade da lei. Os alunos afirmam que não há investimentos, professores estão despreparados, dão aulas em suas próprias casas, cheias de interrupções em seus celulares. Enquanto o aluno teve gastos extras com internet e energia e recebe uma prestação de serviço “meia boca” em um contrato que estabelece aula presencial, laboratórios etc.
TRANCAMENTO
As instituições tiveram redução de gastos com energia, limpeza, segurança, demitiram terceirizados, entre outros cortes. Se não negociarem vão perder muitos alunos nesse segundo semestre porque certamente a pandemia vai perdurar até o ano que vem. Melhor negociar e oferecer descontos se quiserem sobreviver. Nem precisaria do Poder Público movimentar tantos profissionais e recursos com promulgação de leis, ações do MP, Defensoria, Procon etc. Aguardem agosto para ver a chuva de promoções. Serão muitos trancamentos ou transferências para aquelas que oferecerem as melhores vantagens.
DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS
A lei aprovada pelo legislativo estadual é tecnicamente obscura na sua eficácia, mas caberia ao judiciário preencher esta lacuna quando instado a se pronunciar. Todos sabemos que o espírito da norma que moveu os deputados estaduais é descontar das anuidades pelos novos gastos dos universitários com o ensino a distância e, igualmente, pela quebra do contrato presencial. Compartilhar prejuízos, o que é justo. No entanto, pelas decisões oriundas de quem deveria esclarecer as eventuais obscuridades dos parlamentares, as universidades particulares estão ganhando todas, embora em outros estados as próprias universidades se anteciparam a qualquer norma e concederam descontos.
HUMOR PVH
Um site da capital denominado humor em pvh, muito gostoso de ser acessado, tascou esta: “O governador Marcos Rocha informou que ficará 14 dias de quarentena com a esposa, com isso, já serão 572 dias no total de quarentena’. Pensando bem, humor está absolutamente correto.
AUTOR: RÓBSON OLIVEIRA – COLUNA RESENHA POLITICA
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