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Dissidente russo morto nos EUA em 2015 pode ter sido assassinado

Site norte-americano apura que FBI tem relatório que mostra que a morte de Mikhail Lesin, registrada como acidental, pode ter sido assassinato

A morte de um dissidente russo dentro de um hotel em Washington (Estados Unidos), em 2015, que inicialmente foi registrada como acidental, pode ter sido um assassinato. De acordo com o site BuzzFeed News, o FBI tem um relatório que afirma que Mikhail Lesin, antigo aliado do presidente Vladimir Putin, foi espancado até a morte em seu quarto.

Segundo fontes ouvidas pelo site, o ex-agente secreto britânico Christopher Steele foi quem elaborou o documento. Ele ficou conhecido por elaborar um dossiê que afirma que o governo russo auxiliou e deu suporte à candidatura de Donald Trump à presidência dos EUA, em 2016.

Tensões diplomáticas

A revelação acontece em meio à mais grave crise entre a Rússia e países ocidentais desde o fim da Guerra Fria. Após o atentado contra o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha em Salisbury, na Inglaterra, dezenas de países, liderados pelo Reino Unido e os EUA, estão expulsando cerca de 150 diplomatas.

Além de todas as medidas diplomáticas, o governo britânico anunciou que vai revisar um total de 14 casos de mortes suspeitas de dissidentes russos, compilados em uma série de matérias do BuzzFeed News.

Em uma das reportagens, o site revelou um detalhe importante sobre a morte de Lesin: no dia seguinte, ele teria uma reunião com representantes do Departamento de Justiça. Ele iria dar detalhes sobre o RT (antigo Russia Today), conglomerado de mídia custeado pelo Kremlin que ele ajudou a fundar.

No relatório de Steele, está a informação de que Lesin foi espancado por pessoas contratadas por um milionário próximo a Putin. Eles teriam sido instruídos apenas a bater no dissidente, não a matá-lo, mas ele morreu por acidente.

Segundo as fontes que viram o dossiê, os assassinos seriam agentes de segurança russos fazendo um serviço ‘extra’ para o milionário, que não teve a identidade revelada. Além de Steele, pelo menos outras três pessoas teriam confirmado essas informações ao FBI.

Informações conflitantes

O corpo de Lesin foi encontrado em seu quarto de hotel na manhã de 5 de novembro de 2015. O legista responsável determinou que ele morreu por ferimentos de impacto na cabeça, e que ele sofreu ferimentos semelhantes no pescoço, tronco e membros.

Quase um ano depois, um procurador federal afirmou que Lesin teria morrido sozinho no quarto, devido a uma série de quedas causadas por “dias de consumo excessivo de álcool”. A morte foi registrada como acidental e o caso foi fechado.

Segundo o BuzzFeed News, um agente do FBI, em entrevista anônima, disse que “não há uma pessoa dentro do FBI que acredite que esse sujeito bebeu, caiu e morreu. Todos acham que ele foi espancado e que Putin ou o Kremlin estavam por trás disso”.

O site apurou que a morte de Lesin foi investigada secretamente como homicídio pelo FBI e que testemunhas foram ouvidas por um júri. Isso para garantir que informações falsas pudessem incidir como crime de perjúrio.

A participação de Steele na elaboração do dossiê não seria uma novidade, já que ele foi o chefe da seção de inteligência britânica que fazia os relatórios de inteligência sobre a Rússia. A colaboração com o FBI já é antiga e ele é responsável por mais de 100 relatórios a respeito de atividades russas, para o Departamento de Estado norte-americano.

Trajetória

Mikhail Lesin apareceu no panorama político após o fim da União Soviética, em 1991. Ele fez a campanha de Boris Yeltsin para a reeleição em 1996 e se tornou o ministro responsável pela imprensa.

Quando foi eleito pela primeira vez, Vladimir Putin manteve Lesin no governo. Com o empresário, conhecido como ‘Rolo Compressor’, o governo conseguiu calar críticos e tomar o controle da mídia russa.

Em 2005, Lesin fundou o Russia Today, que ele criou como uma resposta russa a canais ocidentais como a CNN e a BBC. Depois, o canal mudou de nome para RT e segue sendo financiado pelo governo da Rússia.

Mais tarde, em 2011, Lesin se mudou para os EUA, onde vivia uma vida de luxo. Ele tinha um iate avaliado em 40 milhões de dólares e várias casas, num valor total de 28 milhões de dólares, em Los Angeles.

FONTE: R7.COM

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Gomes Oliveira

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